Segundo o dicionário o cristianismo de aparências, ou religião de aparências, refere-se a uma prática religiosa onde a fé é demonstrada externamente, através de rituais e formalidades, sem uma transformação interior genuína. É como uma máscara que esconde uma falta de comprometimento real com os ensinamentos e valores cristãos.
É incrível como as pessoas, em nossos dias, querem ser observadas. O pior ainda é que não se preocupam com o que Deus vai observar, mas com o que a sociedade observa. Não temo em afirmar: “Quem vê cara não vê coração.” Estou acostumado a presenciar situações que me autorizam a dizer: na frente as pessoas falam e agem de uma maneira, porém nas costas são irreconhecíveis. Então, de repente temos a expressão: “Eu jamais pensei que o (a) fulano(a) fosse capaz disto!”
O texto que serve de base para esta reflexão quer trazer uma nova proposta de vida. ”Teu Pai, que vê em secreto, te recomensará” ( Evangelho de São Mateus 6.16-18). Ele comenta a situação em torno do jejum com a preocupação de chamar a atenção sobre si. Jesus reage a esta atitude dizendo que aquele que age com este fim, de ser visto e chamar a atenção sobre si, já recebeu sua recompensa. Se você, por exemplo, jejua para ser visto; orar para ser observado em destaque; vai à igreja para aparentar ser um cristão, ou algo semelhante, você já recebeu sua recompensa. Porém, se você faz isto desprovido de qualquer interesse, motivado apenas pela fé, então Deus o recompensará. Assim explica Jesus.
Ao refletirmos sobre estas palavras e ensinamentos de Jesus, precisamos parar e olhar para dentro de nós mesmos e nos perguntar: Qual é o motivo que nos leva a agir ou participar ativamente na vida da comunidade cristã nos dias de hoje?
Se o motivo for atrair destaque sobre mim mesmo, então o meu trabalho não terá valor perante Deus, mesmo que seja muito belo aos olhos do mundo. Este “cristianismo de aparência” é comparável ao farisaísmo condenado por Jesus. É um tipo de fé mais focado em cumprir regras e normas, em ostentar uma imagem de santidade, do que em promover uma transformação de coração.
Amigo leitor, Deus quer nossa ação. São muitos os dons que, certamente, possuímos para empregá-los em muitas atividades. Mas também temos muitos exemplos de pessoas que se dizem cristãos e deixam de atuar por sentirem falta do destaque sobre si.
E você amigo, o que pensa disto? Lembre-se, o mais importante não são os elogios humanos, mas a própria vivência da fé e a recompensa divina.
* Filósofo e teólogo – professor de filosofia, antropologia e história. Professor da Rede Estadual de Educação pardinhorama@gmail.com |