Uma família de quatro pessoas iniciou uma travessia de canoa pelo Rio Paraná, na tentativa de deixar a Argentina e chegar ao Paraguai, na tarde deste sábado (5). Segundo relatos, o grupo era composto por um homem de 32 anos, identificado como Ariel Arcenio, sua companheira Beatriz, de 29 anos, e os dois filhos do casal: uma menina de quatro anos e um menino de dois anos.
A travessia, porém, foi interrompida de forma trágica. Após alguns quilômetros de deslocamento, a canoa em que estavam quebrou em meio ao curso do rio, o que resultou no naufrágio da embarcação.
Relato da sobrevivente
Beatriz, mãe das crianças, descreveu o momento como “dramático” e marcado por desespero. Conforme relatou ao portal argentino Todo Noticias, ela conseguiu pegar o filho mais novo no colo e nadar até a margem, mesmo diante das condições adversas. Segundo seu depoimento, foi o companheiro, Ariel, quem assumiu a responsabilidade de cuidar da filha mais velha. Contudo, ambos foram arrastados pela força da correnteza do Rio Paraná e desapareceram.
A partir do momento em que conseguiu se salvar, Beatriz chamou às autoridades para registrar o desaparecimento da filha e do companheiro. Rapidamente, as equipes de resgate iniciaram uma operação de busca na região onde o acidente havia ocorrido.
Corpo da criança é encontrado
No início da tarde deste domingo (6), o corpo da menina foi encontrado a poucos quilômetros do local em que a canoa afundou. Enquanto as buscas por Ariel continuavam, surgiram novos elementos que alteraram o rumo das investigações e revelaram uma nova dimensão para o caso.
Apesar das primeiras informações indicarem que Ariel Arcenio havia desaparecido junto com a filha, a polícia informou posteriormente que ele sobreviveu ao naufrágio. Segundo o pai de Ariel, seu filho teria retornado para casa por volta das 18h30 do mesmo sábado, poucas horas após o acidente, mas logo em seguida voltou a sair sem informar seu destino.
Ao investigar o histórico do homem, os investigadores constataram que havia um mandado de prisão ativo contra ele, relacionado a um crime contra a integridade sexual. Essa informação levou as autoridades a reavaliar os motivos por trás da travessia arriscada pelo rio.
Hipótese de fuga das autoridades
Com base nas novas informações, os investigadores passaram a trabalhar com a hipótese de que Ariel Arcenio e Beatriz tenham optado por sair da Argentina de forma clandestina, utilizando a canoa como meio de transporte para evitar os controles oficiais de fronteira e escapar da justiça. A travessia pelo Rio Paraná, dessa forma, teria sido uma tentativa de fuga das autoridades argentinas.
As buscas por Ariel foram retomadas após a confirmação de sua sobrevivência e da existência do mandado judicial. As autoridades continuam investigando o caso, tanto pela morte da criança quanto pelos antecedentes criminais do homem, enquanto tentam localizar seu paradeiro.
Continuidade das investigações
Por ora, a polícia mantém abertas as linhas de investigação, tentando compreender se houve premeditação na fuga e de que forma a mãe das crianças estava envolvida na tentativa de deixar o país. Ainda que tenha sobrevivido ao naufrágio e relatado os acontecimentos, Beatriz será ouvida novamente pelas autoridades para esclarecer possíveis lacunas nas informações fornecidas. As autoridades continuam mobilizadas na tentativa de localizar Ariel Arcenio.
(OBemdito com informações RIC)
Acidente com canoa no Rio Paraná deixa criança morta e pai desaparecido
