O turismo contribui muito para geração de empregos, arrecadação de tributos, novos empreendimentos de prestação de serviços e crescimento e diversificação da economia de cidades, regiões e países. Tanto que a qualidade da recepção e serviços prestados por todos os segmentos de atendimento aos turistas, já permite às cidades e áreas turísticas da Europa e até de algumas regiões do Brasil, a cobrar ingressos de visitantes, sem nenhum tipo de reclamação. A estratégia é controlar o volume de turistas, visando a melhor prestação de serviços em hotéis, restaurantes, centros comerciais e culturais e até mesmo deslocamentos nas vias e praças públicas. Diante dessa realidade, devemos comemorar a informação oficial de que em 2024, o turismo brasileiro atingiu a marca histórica de 6,65 milhões de visitantes internacionais que estiveram no País ao longo do ano, inclusive no Carnaval.
O volume de visitantes foi recorde, pois em 2018 haviam sido registrados 6,62 milhões de turistas estrangeiros, em cidades e regiões do País. Conforme a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio/SP), esses números são conquistas que devem ser comemoradas, pois além do faturamento do setor de prestação de serviços, representam o reconhecimento de visitantes da qualidade de vida, segurança, preservação da natureza, cultura, opções de lazer, infraestrutura pública e cordialidade de empresários, colaboradores e população nacional. Mesmo assim, o crescimento do setor, que tem entre suas vantagens a preservação e valorização de atrações e recursos naturais, continua dependendo de análise mais aprofundada, pois pelo que se sabe ainda há muito o que fazer para elevar o status do turismo internacional no Brasil.
Ocorre que a marca de seis milhões de turistas internacionais tem se mantido constante desde 2015, com grandes quedas nos anos da pandemia de covid-19. Assim, se esse é número relevante, também mostra a necessidade de ajustes nas políticas públicas do turismo, para ir além desse dado já consolidado há pelo menos uma década. Sem considerar que, desses 6,65 milhões, pelo menos 10% são de brasileiros e brasileiras com cidadanias de países do exterior, que voltaram ao País de origem. Além disso, o turismo nacional ainda é dependente de sazonalidade típica de países como o nosso, além de ser extremamente concentrado em determinadas cidades e Estados. Conforme a Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur), os maiores volumes de visitas internacionais aconteceram entre dezembro de 2023 e março de 2024, verão do Hemisfério Sul e 80% desses visitantes desembarcaram nos aeroportos de São Paulo e Rio de Janeiro.
Assim, segundo a Fecomercio/SP, os números levantados ainda estão abaixo do potencial do Brasil no turismo, pois o País tem boas estruturas em diversas regiões, como Norte, Nordeste e Sul, tantos nas capitais como em cidades do interior que apostam no turismo cultural e rural, oferecendo atividades em todo o ano. O Paraná, para nossa satisfação, em 2024 apresentou crescimento do turismo de 26%, com visitantes estrangeiros injetando 5,8 bilhões de reais na economia do Estado. Mesmo assim, o Brasil precisa de investimentos e planejamento para receber mais turistas, pois atrações não faltam. Prova disso é o Paraná, com atrativos únicos no mundo em todo o Estado, o 4º maior no turismo nacional.
Dilceu Sperafico* é deputado federal pelo Paraná e ex-chefe da Casa Civil do Governo do Estado E-mail: dilceu.joao@uol.com.br |