Eles exigem medidas concretas para proteger pequenos produtores e equilibrar as relações comerciais
Após 25 anos de negociações, o Mercosul e a União Europeia formalizaram, em dezembro de 2024, o maior acordo comercial bilateral do mundo. No entanto, a medida enfrenta forte oposição em diversos países europeus.
Na Espanha, milhares de agricultores e pecuaristas tomaram as ruas de Madri no final do ano passado para manifestar descontentamento. Agora, o movimento de insatisfação chega novamente à França, liderado por produtores rurais.
Desde domingo, agricultores filiados à Coordenação Rural (CR), o segundo maior sindicato agrícola da França, estão a caminho de Paris. A manifestação visa pressionar o governo e expor as preocupações do setor agropecuário em relação ao acordo com o Mercosul e às regulamentações que, segundo eles, prejudicam pequenos produtores e limitam seus lucros. O trajeto rumo à capital francesa tem sido marcado por tensão, com a polícia tentando impedir a chegada dos manifestantes.
Quem ganha mais com o acordo Mercosul-UE?
A França, maior produtora agrícola da União Europeia, tem sido palco frequente de protestos contra o livre-comércio. Agricultores argumentam que o acordo com o Mercosul abriria as portas para a importação de produtos sul-americanos, como carne bovina, que não seguem os rígidos padrões de segurança alimentar da UE.
Reunião com o Primeiro-Ministro
Os líderes sindicais têm uma reunião marcada com o primeiro-ministro François Bayrou no dia 13 de janeiro. Eles exigem medidas concretas para proteger pequenos produtores e equilibrar as relações comerciais. Entre as demandas estão: Eliminação da sobrerregulamentação imposta pela União Europeia e o controle mais rigoroso sobre as importações de produtos agrícolas.
Impactos Políticos e Econômicos
Os defensores do acordo, como a Alemanha, afirmam que ele reduz a dependência comercial da China e protege a União Europeia de tarifas que podem ser impostas pelo presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump. Apesar disso, a resistência entre os agricultores, liderada pelos franceses, ganha força em toda a Europa.
A manifestação em Paris coincide com o início oficial da campanha para as eleições das câmaras de agricultura, marcada para 7 de janeiro. O pleito, que acontecerá entre os dias 15 e 31 de janeiro, determinará a composição das novas lideranças sindicais no setor agrícola. A FNSEA, maior federação do segmento, busca manter sua posição de destaque, conquistada nas últimas eleições, em 2019.
Agrofy News