Certa vez, um grupo de residentes de um lar de idosos elaborou uma peça teatral de Natal e apresentou a na igreja da sua cidade. No final da apresentação uma pessoa disse: “Amigo, hoje celebrei o meu Natal! Cheguei aqui triste e desanimado, mas essa apresentação me encheu de alegria”. Assistir à encenação trouxe novo ânimo à pessoa desanimada e abatida. Transformou a sua tristeza em felicidade.
E para ilustrar bem esta reação do expectador da peça teatral quero relembrar uma pequena estória de que dizia Dom Quixote: “Sabe, Sancho, que todas estas tempestades que nos afligem são sinais de que logo o tempo há de serenar, e as coisas, enfim, hão de nos sorrir; pois não é possível que o mal, como tampouco o bem, durem para sempre. Assim, tendo o mal persistido por tanto tempo, o bem já deve estar próximo…”
Na vida, passamos por momentos de dor e sofrimento. Em situação análoga estavam as pessoas que ouviram a palavra do profeta Isaías. Em torno de 538 a.C., elas estavam voltando do exílio babilônico para a sua terra sem templo, casas ou bens, teriam que reconstruir tudo. Por isso foi confortador ouvir a Palavra de Deus, trazida pelo profeta com promessa de ânimo e libertação.
Estamos na primeira semana de Advento, tempo de preparação para o Natal. É por meio da criança nascida em Belém que se concretiza a profecia de Isaías: “O Senhor Deus me deu o seu Espírito, pois ele me escolheu para levar boas notícias aos pobres. Ele me enviou para animar os aflitos, para anunciar a libertação aos escravos e a liberdade para os que estão na prisão.
Jesus Cristo é o escolhido por Deus para nos trazer a boa nova de sua graça, para nos animar e libertar das amarras do pecado. Vamos louvar e agradecer a Deus por vir ao nosso encontro em Jesus Cristo. Vamos preparar-nos para receber aquele que nos traz a sua palavra de amor e bondade, transforma a dor em alegria e traz luz e liberdade à nossa vida.
* Filósofo e teólogo – professor de filosofia, antropologia e história. Professor da Rede Estadual de Educação pardinhorama@gmail.com |