O dia 2 de novembro, Dia de Finados, é feriado nacional. Para muitos é dia de desespero, ao serem confrontados com a morte. Para outros, é dia de tristeza pela dura separação de entes queridos. Para o cristão, é dia de esperança, porque ele vê a vida através da morte.
A esperança cristã é um dos mais preciosos bens que os filhos de Deus possuem. Como nos é grato, sobretudo nas horas incertas de crise, de dor e mesmo diante da morte, poder erguer os olhos para o alto e ver um horizonte límpido, aberto, prenunciando um porvir feliz e venturoso lá na glória do céu! Como é confortado lembrar, em tais horas turbulentas, “que os sofrimentos do tempo presente não são para comparar com a glória por vir a ser revelada em nós” (Carta de Paulo aos Romanos 8.18)
Esperança de vida nos céus é considerada por incrédulos como alienação ou sonho. Vida com Deus após a morte é taxada como mera desculpa para uma fuga da realidade.
A tentação de fugir da realidade existe, mas o cristão luta para não cair nela, pois esta fuga desonra a fé. Por outro lado, porém, o cristão luta vigorosamente para reafirmar a esperança da vida eterna como um dos maiores tesouros, pois “se a nossa esperança se limita apenas a esta vida, somos os mais infelizes de todos os homens (1 Cor. 15.19). A morte e a ressurreição de Cristo nos são certeza de vida com Deus depois de terminar a difícil e penosa peregrinação por este vale de lágrimas, que é o mundo.
Em meio à tristeza e ao choro de Finados, o cristão se alegra internamente. Apesar das lágrimas ele enxerga além da sepultura, e vê a vida gloriosa com Deus, que nos está preservada nos céus. E esta esperança de um futuro glorioso o ajuda a enfrentar a realidade do presente doloroso.
Todo mundo morre. Independente de sua devoção, grupo social, profissão e etnia. Quando chegamos à Necrópolis, é isso o que entendemos primeiro, cada um segue seu farol. A Necrópolis é democrática. Não existem guerras religiosas e nem política partidária nesta comunidade.
Você morre sozinho, mas não entra na morte sem ajuda. Depois da morte vem a funerária que se encarrega do transporte e preparação do corpo, até o velório, com a organização da cerimônia e sepultamento ou cremação. Existe um porteiro, um coveiro é um trabalhador responsável pela preparação das covas e dos túmulos durante um funeral. São várias pessoas te ajudando a encontrar o caminho para a sua casa derradeira.
Somos gratos ao Senhor Deus e Pai pelo bem inestimável da esperança da vida nos céus! Que por Cristo, Deus nos torne esta vida futura cada vez mais viva e profunda em nossos corações!
* Filósofo e teólogo – professor de filosofia, antropologia e história. Professor da Rede Estadual de Educação pardinhorama@gmail.com |