O diretor-geral brasileiro da Itaipu, Enio Verri, participou nesta terça-feira (8), na Base Aérea de Brasília (DF), da cerimônia de sanção do projeto de lei Combustível do Futuro (PL 528/2020), considerado o mais inovador programa de descarbonização da matriz de transportes e mobilidade do planeta. A sanção foi feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, acompanhado de ministros de Estado e representantes de indústrias ligadas ao setor de energia e da agricultura familiar, durante a Liderança Verde Brasil Expo, a maior feira do país sobre tecnologias de descarbonização. Entre os vários veículos expostos na feira estava o ônibus híbrido a biodiesel e biometano utilizado no transporte de turistas na Itaipu.
De acordo com o Ministério de Minas e Energia (MME), o programa prevê investimentos de R$ 260 bilhões em mobilidade sustentável, transição energética e descarbonização do setor de transportes, que irão evitar a emissão de 705 milhões de toneladas de CO2 até 2037.
Lula destacou em seu discurso o bom momento da economia brasileira e a importância da união de todos os segmentos da sociedade – poder público, empresários, trabalhadores – na construção de uma transição energética justa e inclusiva.
“A sanção dessa lei é uma demonstração de que nenhum de nós tem o direito de continuar não acreditando que esse país pode ser uma grande economia. Porque esse país tem tudo para crescer. O que precisa é que tenha governantes à altura das necessidades e das aspirações do povo brasileiro”, declarou Lula.
Dentre as ações previstas no Combustível do Futuro estão a implementação do Programa Nacional do Diesel Verde (PNDV), do Programa Nacional do Bioquerosene de Aviação (ProBioQAV) e do Programa Nacional de Descarbonização do Produtor e Importador de Gás Natural e de Incentivo ao Biometano, além da criação do marco legal de captura e estocagem geológica de dióxido de carbono (CCS).
A iniciativa prevê ainda a integração de diversas políticas públicas relacionadas ao setor de transportes, como a Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio), o Programa de Mobilidade Verde (Mover), o Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular (PBEV) e o Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos (Proconve).
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou que a nova lei, aliada aos investimentos brasileiros em novas tecnologias, posiciona o País na vanguarda das soluções sustentáveis para a descarbonização. “Estamos aliando a força da agricultura brasileira com a nossa incomparável capacidade de produção de biocombustíveis”, disse. E completou: “O Combustível do Futuro é transição energética com desenvolvimento social e responsabilidade ambiental”.
A Itaipu Binacional tem exercido um papel central no esforço brasileiro para a descarbonização do setor de transportes e na transição energética, tendo instalado em Foz do Iguaçu a primeira planta piloto do Brasil para a produção de petróleo sintético a partir de biogás, com foco na geração de combustível sustentável para aviação (SAF).
A empresa também apoiou o Governo Federal na organização da reunião ministerial do Grupo de Trabalho de Transições Energéticas (ETWG, na sigla em inglês) do G20, na primeira semana de outubro, em Foz do Iguaçu, que ocorreu paralelamente aos encontros da Clean Energy Ministerial (CMI) e da Mission Innovation (MI).
“A Itaipu está presente nesse momento, aqui em Brasília, assim como esteve no debate da ONU (sobre transição energética), na reunião do G20 (em Foz do Iguaçu), e estará na COP 29 (no Azerbaijão, neste ano) e na COP 30 (em Belém, em 2025). Mostrando o que a empresa faz e, principalmente, sendo um player nesse processo da transição energética”, afirmou Enio Verri.
Também participaram da cerimônia o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin; a ex-presidente Dilma Rousseff; o presidente da Câmara Federal, Arthur Lira; o diretor de Coordenação de Itaipu, Carlos Carboni, e o diretor financeiro executivo, André Pepitone; o diretor superintendente do Itaipu Parquetec, Irineu Colombo; o presidente do Centro Internacional de Energias Renováveis (CIBiogás), Rafael González; e o superintendente de Energias Renováveis de Itaipu, Rogério Meneghetti – entre outra autoridades.
Sobre a Itaipu
Com 20 unidades geradoras e 14 mil MW de potência instalada, a Itaipu é líder mundial na geração de energia limpa e renovável, tendo produzido, desde 1984, 3 bilhões de MWh. Em 2023, foi responsável por cerca de 10% do suprimento de eletricidade do Brasil e 88% do Paraguai.