A vida inteira somos cercados por situações das mais diversas possíveis. Algumas nos trazem prazer e intensa alegria, fortes emoções carregadas de grandes satisfação, assim sendo desejamos que esses momentos durem a vida toda. Em contra partida há outros momentos que nos trazem descontentamento, angústia e tristeza, gerando uma série de sintomas, tanto internos como externos, desencadeando sinais como: desejo de ficar sozinho (a), não querer falar com ninguém, vida solitária, inquietações contínuas, supor que alguma coisa de ruim está para acontecer, tomado por frequente medo. Muitos vivem reações extremas, com momentos de forte apreensão em quase tudo. O coração acelera as vezes por motivos fúteis. Medo em excesso, tomado por desequilíbrios emocionais, principalmente quando passa por circunstancias que geram desgosto, pesar, seguido de forte depressão ou estado melancólico.
O setembro Amarelo nasce com o objetivo de quebrar tabus e reduzir o estigma em torno do tema (suicídio). A iniciativa busca alertar a população sobre a importância de cuidar da saúde mental e oferecer apoio a quem precisa. Sobretudo, é um fenômeno que pode ser prevenido, mesmo não sendo muito fácil diagnosticar. Para isso é preciso que se promovam campanhas em torno do assunto, nos setores de trabalho, instituições de ensino, igrejas e meios de comunicação oferecendo ajuda, e isso de forma bem agressiva. Que se promovam teatros de rua em praças centrais e nos bairros, enfim, envidar todos os meios que possam propiciar prevenção, e isso envolvendo toda sociedade e setores como: Saúde, Educação, Social, Ministério Público, Polícia Militar, etc. Como mês dedicado à sensibilização sobre a prevenção ao suicídio, as propostas nos devem conscientizar para que fiquemos atentos a esta causa tão importante para que a vida possa continuar.
Muitos vivem tais períodos como uma passagem insuportável, onde o desânimo, a insegurança e a falta de fé, começam a exercer forte pressão psicológica e crises existenciais. Momentos de instabilidade emocional na vida da pessoa, deixa-a em continuo estado de ansiedade, fobia exagerada, podendo levar algumas a um estado de prostação profunda. Elas perdem a força para viver e passam a ver a morte como solução. Esses sintomas afetam adolescentes, jovens e adultos, sem distinção. Muitos chegam a este estado, tomados por constante solidão, por não compartilhar suas dores, por sentirem-se desprezados, por sobrecargas emocionais no cotidiano da vida. E por não saber como lidar com essa tirania, tornam-se reféns desse despótico. Outras se sentem envergonhadas a expor tais fraquezas e buscam isolamento. Ao chegar em seu limite, se refugiam na bebida e em outras drogas.
Hoje vivemos numa sociedade desapercebida em relação ao indivíduo e aos males que os cercam. O individualismo tem suplantado o companheirismo, mesmo dentro dos lares. A disposição em ouvir está cada vez mais extinta, embora se queira falar, (desabafar), não há quem os ouça, poucos estão dispostos a isso. Tomados pela fraqueza da alma e do espírito, só lhes restam dar fim a vida, assim cometem suicídios O Brasil está dentro deste contexto, pois 30 a 40 pessoas se suicidam por dia, sendo a maioria vidas jovens e é o oitavo país no mundo em número de suicídios.
Considerando o mês em curso, trago de volta esse assunto de fundamental importância. As estatísticas ajudam a demonstrar a gravidade do problema e reforçam a necessidade de falar sobre o assunto. A resposta ao assunto é: Todos somos culpados, família e sociedade. Há uma indisposição por parte de todos nós em estarmos atentos, em ajudá-los. Concluindo, quando me refiro a sintomas internos, quero dizer alma e espírito, pois assim somos. Nosso corpo só será forte se nossa alma e nosso espírito estiverem bem alimentados. (Jesus é o nosso alimento), do contrário estaremos sujeitos as ameaças deste mundo e as fraquezas deste corpo.
Roberto Santos é sociólogo e teólogo com especialização em psicologia pastoral, palestrante, terapeuta e membro da Academia de Letras do Oeste do Paraná. contatorobertosantos@outlook.com |