A dependência emocional é caracterizada pelo apego excessivo a outra pessoa, podendo ser pelo cônjuge, parente ou amigo. É mais comum estar presente nos relacionamentos amorosos, onde são investidas mais emoções e sentimentos.
A dinâmica é doentia, envolvendo possessividade e ciúmes entre as duas pessoas. O dependente sufoca a outra pessoa à medida que almeja ser seu centro das atenções. Exige que a outra pessoa dedique a maior parte do seu tempo disponível para ele. Utiliza de manipulações e chantagens emocionais para fazer com que o outro desmarque compromissos, deixe suas amizades de lado e evita que passe muito tempo com sua família. As experiências vividas com outras pessoas são consideradas menos importantes e as critica abertamente na tentativa de desvalorizá-las.
O prazer que deveria prevalecer no relacionamento gradualmente vai sendo substituído pela sensação de obrigação. Dessa forma, o dependente torna-se cego ou doente de amor. Os que estão ao redor naturalmente vão se afastando.
A sua origem pode estar relacionada à infância, descrevendo uma infância opressora, com pais que insistiam em redimir as capacidades da criança, atingindo diretamente seu desenvolvimento emocional. Pode ser também por insegurança, excesso de zelo e medo da solidão. Há pessoas que se lançam ou permanecem em relacionamentos negativos para evitar a solidão, talvez até você já tenha passado por situações assim.
Nem sempre o dependente está totalmente consciente desse comportamento. A necessidade de ter a atenção integral do parceiro pode ser motivada por insegurança extrema ou medo irracional de perder a pessoa amada.
No entanto, é fato que esse tipo de relacionamento não é saudável tanto para quem sente a dependência emocional quanto para a pessoa alvo das demandas por atenção. As relações de dependência têm como base sentimentos doentios de posse e de necessidade, numa ilusão de relacionamento ideal ou perfeito.
O caminho para a libertação da dependência emocional é reconhecer o problema. Culpar o outro não ajuda em nada. Terceirizando o problema, você veda os olhos da auto-responsabilidade.
Aprenda a lidar com suas emoções. Ninguém pode fazer isso por você e ninguém poderá suprir seus vazios ou carências emocionais.
Defina limites para o relacionamento. Relacionamentos são desafiantes, o que não implica a submissão a vivências tóxicas.
Reserve um tempo para si e aprenda a desfrutar da própria companhia e, o indispensável, coloque-se sempre em primeiro lugar.
Silvana Pedro Pinto é psicóloga clínica e educacional. Atende adultos e crianças na Clínica Bambini. |