Liberdade! Palavra que lá fez correr muito sangue sobre a face da terra! O homem não gosta de ser escravo, anseia pela liberdade! Quem está sob a escravidão, geme para um dia se ver livre! Só quem já foi escravo, pode sentir o valor de estar livre! Semana da Pátria! Como cidadãos, lembramos o grito de liberdade: Independência ou Morte!
Assim como o nosso país estava subjugado por outra nação, igualmente todas as pessoas estavam algemadas sob o poder da ignorância. É a escravidão mental, da qual necessitamos ser libertados. E é aqui que entra A EDUCAÇÃO LIBERTADORA.
D. Pedro I ao erguer a espada e gritar: Independência ou Morte!, deu a liberdade ao nosso país. Não basta um grito, o povo consciente tem que estar envolvido e ser cooparticipante.
Na Semana da Pátria e em momentos cívicos, comemoramos, como cidadãos, a nossa liberdade política, econômica e social. É fundamental destacar que estas celebrações devem ser todos os dias de nossa vida como cidadãos brasileiros. Na Semana da Pátria, em nossas comemorações, ensinamos filhos e netos o que vultos da história pessoas fizeram para a independência de nosso país; como cidadãos devemos dar continuidade a este ato histórico. É importante destacar que a liberdade política, econômica e social, com a qual convivemos em nosso país, nos seja incentivo a proclamar a liberdade autêntica todos os dias da nossa vida.
A Independência do Brasil foi uma proclamação de liberdade. Por isso se canta no Hino da Independência: “Já raiou a liberdade no horizonte do Brasil.” Nos dias atuais estes horizontes estão nublados. A proclamada liberdade não está tão clara e evidente como deveria estar, depois de quase dois séculos. A crise econômica, política e social ameaça a liberdade do povo brasileiro. Fica difícil crer na liberdade, quando nem as necessidades básicas da população são atendidas.
Neste Sete de Setembro é hora de pensarmos em liberdade. De tomarmos medidas que levem à verdadeira independência, para que possa novamente brilhar a liberdade nos horizontes do Brasil.
Dia da Pátria, feriado nacional. Dia de discursos e desfiles. Nas escolas nos ensinaram a ter orgulho de nossa pátria e a festejá-la neste dia. A pátria é nosso lar maior. É onde devemos nos sentir em casa como povo.
Mas festejar este dia só tem sentido quando a casa do povo dá motivo para festas, quando os seus moradores se sentem bem e estão bem instalados, quando na casa há boa convivência e reina justiça entre os seus moradores. Quando estes são donos em sua casa e podem ter a certeza que também seus filhos nela serão bem abrigados.
Dadas essas condições mínimas, o povo poderá festejar o dia de sua casa, o Dia da Pátria. No entanto, só poucos estão bem instalados nesta nossa casa – apenas 10% dos brasileiros. Mais de 100 milhões vivem em condições de pobreza ou miséria. E, de boa convivência entre nós, os moradores, nem dá para falar: é enorme a exploração dos que trabalham para sustentar a família por aqueles que detêm o poder nesta casa. Suas mulheres ganham menos pelo mesmo trabalho que os homens. Aos índios, seus primeiros moradores – hoje quase exterminados – sobra cada vez menos espaço. Os negros, seus grandes construtores, são marginalizados. Das crianças, seus futuros moradores, grande parte anda abandonada pelas ruas das grandes cidades entregues ao consumo e tráfico de drogas. É falta de justiça demais para que possa reinar a paz!
Além disso, o povo não manda em sua própria casa. Quem manda são os 10% mais ricos e, através deles, os banqueiros mundiais e os interesses econômicos do Primeiro Mundo. Não. Não somos independentes. Somos ainda-pendentes! Portanto, não temos muitos motivos para festejar este dia.
* Filósofo e teólogo – professor de filosofia, antropologia e história. Professor da Rede Estadual de Educação pardinhorama@gmail.com |