InfoMoney
ESTUDO DA CREDITAS BENEFÍCIOS REVELA AINDA QUE, PARA 92% DOS PROFISSIONAIS, EDUCAÇÃO FINANCEIRA DEVE SER OFERECIDA NAS EMPRESAS
71% dos brasileiros afirmam trabalhar melhor quando estão com as contas em dia, segundo uma pesquisa da plataforma Creditas Benefícios. Quando endividados, 64% dos respondentes dizem que não conseguem cumprir demandas básicas da rotina profissional, como chegar no horário. No tópico de saúde mental, para 66% dos profissionais entrevistados, os problemas financeiros impactam diretamente, e são comuns situações de estresse, ansiedade e insônia. O estudo foi desenvolvido nas cinco regiões do país, com mais de mil trabalhadores que possuem carteira assinada.
“Os dados mostram o real impacto das dívidas na saúde mental do trabalhador e também em sua produtividade dentro do ambiente profissional. Em um cenário de alto endividamento, como o brasileiro, é necessário entender como combater esse problema e os processos que podem apoiar o trabalhador na construção de um futuro financeiro mais saudável”, comenta Guilherme Casagrande, Especialista em Educação Financeira da Creditas Benefícios. O Brasil tem hoje 72,04 milhões de pessoas em situação de inadimplência, segundo o Mapa da Inadimplência e Negociação de Dívidas, realizado pela Serasa. A dívida média está em R$ 5.373,46, o equivalente a 3,8 salários-mínimos.
EDUCAÇÃO FINANCEIRA NAS EMPRESAS
O estudo da Creditas mostra, também, que os profissionais têm reclamado cada vez mais o papel das empresas na saúde financeira. Para 92%, as companhias devem oferecer educação financeira como um benefício, apesar de somente 30% terem algum tipo de contato com o tema no emprego atual. “Mas temos visto uma curva interessante das empresas estarem abertas a ter esse tipo de iniciativa. Há três anos, por exemplo, era mais difícil demonstrar a importância de programas de educação financeira, e de como o RH dedicar uma hora por mês — dentro da carga horária do trabalhador — para conversar sobre isso seria benéfico se a gente pensasse no longo prazo. Hoje, a proposta é inversa: as empresas estão vindo atrás”, afirma Casagrande.
“No caso das apostas, agora é bastante frequente, principalmente na indústria. É muito comum ver os colaboradores falando, apostando, se interessando pelo jogo do tigrinho. E os RHs estão vindo atrás da gente agora, falando que percebem que isso está virando algo recorrente”, completa o educador financeiro. Não à toa, 75% dos respondentes citam os profissionais de RH como os responsáveis pela oferta de educação financeira nas empresas.
IMPACTO POR GÊNERO
Ainda segundo o estudo, as mulheres têm a saúde mental mais impactada quando o assunto é o problema financeiro: 73% delas percebem essa influência no bem-estar, contra 59% dos homens que têm essa mesma percepção.
Maira Escardovelli – InfoMoney