Semana passada comentei aqui, neste espaço, a importância da construção do futuro. Nesta semana saiu os resultados de um importante indicador da qualidade da educação em nosso país. Entre todas as dificuldades com as quais sofre nossa sociedade e, por consequência, nosso país, uma das mais comprometedoras, tanto para o presente como para o futuro, é o problema da educação. Mesmo porque, todos os outros problemas têm, direta ou indiretamente, ligação com este. Muitas das dificuldades que enfrentamos em relação à saúde, segurança e desemprego, se não são resolvidos, pelo menos são amenizados com uma melhor educação. Já escreveu Ruskin: “Reformemos as nossas escolas e não teremos de reformar grandes coisas em nossas prisões”.
Grande parte da população brasileira é obrigada a se contentar com uma formação que termina no ensino médio, haja vista as dificuldades financeiras para se cursar uma faculdade particular e as dificuldades, em função do nível de educação que recebeu, para competir pelas vagas nas universidades públicas.
Percebemos, cada vez mais, a importância de uma boa educação, principalmente no início do século XXI, onde as mudanças tecnológicas e a velocidade das transformações em todos os campos do trabalho exigem um grau de aperfeiçoamento cada vez maior, constante atualização e conhecimento técnico por parte dos profissionais.
Foi-se o tempo em que um baixo nível educacional era suficiente para garantir um lugar no mercado de trabalho ou, até mesmo, onde um diploma universitário era garantia das melhores vagas. Atualmente, é comum encontrarmos pessoas com graduação e, até mesmo com pós-graduação, lutando por vagas que eram destinadas a pessoas com menor grau de instrução.
Mesmo assim, com esse quadro assustador, é fácil encontrarmos estudantes que não valorizam a oportunidade que têm de cursar um curso superior. Universitários que levam os estudos na brincadeira, cabulando aulas e não se esforçando para receber o máximo possível dos conhecimentos pelos quais estão pagando, geralmente com sacrifícios dos pais. Testemunhei vários exemplos deste comportamento, quando estudante, nas duas graduações que cursei e, mais recentemente, como professor.
É triste perceber que o nível da ‘elite intelectual’, dos ‘formadores de opinião’ de nosso país parece estar piorando. E, justamente, em um momento em que há maior necessidade de pessoas com boa educação, conhecimento e engajamento político-social para influenciar aos demais na luta por uma sociedade melhor, mais justa e menos desigual.
Encerro lembrando uma frase do sempre atual padre Antônio Vieira: “A boa educação é moeda de ouro; em toda parte tem valor”.
* César Gomes de Freitas é professor do Campus Assis Chateaubriand do Instituto Federal do Paraná (IFPR). Possui Pós-Doutorado pela Universidade Federal Fluminense, doutorado pelo IOC/Fiocruz, mestrado pela UCDB e é bacharel em Administração e Ciências Contábeis. Contato: cesar.freitas@ifpr.edu.br |