Desde que cheguei em Assis Chateaubriand tenho realizado um projeto de extensão por meio do qual realizo palestras para os alunos do terceiro ano do Ensino Médio dos colégios da cidade e região. Nosso objetivo é tentar conscientizar os jovens de que eles precisam definir, planejar e construir seu futuro. Sempre finalizo minhas palestras com uma frase do economista Ricardo Amorim que resume as ideias que tentamos transmitir: “Ou criamos o futuro que queremos ou seremos reféns do futuro criado pela nossa omissão”.
Muitos acreditam que tudo o que vai acontecer conosco já está escrito no grande livro do destino. E, apesar de nossos esforços, não conseguimos alterar o final de nossa história. Segundo essa linha de pensamento, somos quase fantoches, bonecos sem força e vontade, seguindo por um caminho que já está traçado e definido.
Outros, contudo, acreditam que é o homem que escreve o seu destino. O amanhã depende única e exclusivamente das decisões que tomamos hoje. Possuímos o livre arbítrio, somos livres para escolher entre os vários caminhos que a vida coloca em nossa frente. Podemos escolher entre o certo e o errado, entre o bem e o mal, entre a porta estreita e a porta larga…
Gosto muito da frase atribuída à Santo Agostinho: “Ore como se tudo dependesse de Deus, porque depende… Mas, trabalhe, como se tudo dependesse de você, porque depende”. A fé é importante, diria até fundamental, para alcançarmos nossas metas, porém temos que fazer nossa parte. Mesmo os que acreditam em sorte, sabem que precisamos, às vezes, ajudar a sorte. Talvez melhor do que esperar as oportunidades surgirem, seria criar as oportunidades e para isso trabalho duro é essencial.
Vale lembrar que em seus livros o escritor brasileiro Paulo Coelho fala da importância de lutarmos por nossa ‘lenda pessoal’. Concordo com ele, pois cada um de nós, independentemente de suas crenças, deve lutar, com todas as forças, pela realização de seus sonhos e de seus objetivos. Pois, só assim, ao final de nossas vidas, vamos ter a certeza de que cumprimos nossa missão e poderemos chegar a mesma conclusão do Apóstolo Paulo em sua carta a Timóteo: de que fomos combatentes do bom combate.
Como disse Mário Sérgio Cortela, muito gostam da música do Zeca Pagodinho “Deixa a vida me levar, vida leva eu…” e fazem dela o lema de suas vidas. Mas, a ideia do deixa a vida me levar fica legal na música do Zeca que já ganhou todo o dinheiro que precisava ganhar e agora só fica curtindo sua cervejinha… o melhor seria utilizar como lema a música do Geraldo Vandré: “Quem sabe faz a hora, não espera acontecer…”
Encerro com uma frase de Albert Einstein para contribuir com nossa reflexão sobre o tema: “Temos o destino que merecemos. O nosso destino está de acordo com os nossos méritos”.
* César Gomes de Freitas é professor do Campus Assis Chateaubriand do Instituto Federal do Paraná (IFPR). Possui Pós-Doutorado pela Universidade Federal Fluminense, doutorado pelo IOC/Fiocruz, mestrado pela UCDB e é bacharel em Administração e Ciências Contábeis. Contato: cesar.freitas@ifpr.edu.br |