Enquanto os relacionamentos têm sido construídos, com maior frequência, através do uso de aplicativos e redes sociais, na mesma proporção, elevam os desafios enfrentados, um deles, o fenômeno denominado ghosting, o sumiço lento ou instantâneo da outra pessoa com que se estava construindo o relacionamento. Compreenda como superar um quase namoro.
Imagine você construindo uma conexão significativa com alguém, compartilhando momentos íntimos, sonhos e expectativas e ela desaparecer, sem maiores explicações. Você já se deparou com uma situação assim? Caso a sua resposta tenha sido positiva, sim, você conhece na pele o fenômeno ghosting. Esse termo vem do inglês, que na tradução significa fantasma.
Os homens disparam no quesito sumiço, embora as mulheres também o praticam, em menor proporção. O acesso fácil aos contatos proporciona que uma pessoa crie uma série de diálogos que alimenta ao mesmo tempo, ou seja, uma pessoa conversa com várias concomitantemente. Nas trocas de informações pessoais e mensagens frequentes, os vínculos afetivos vão sendo construídos. Pessoas sérias e transparentes alimentam os relacionamentos com a expectativa da correspondência.
A sensação de indignação, raiva, traição e abandono podem gerar sentimentos de inadequação, questionamento sobre o próprio valor e até mesmo desconfiança em relacionamentos futuros.
Por outro lado, temos aquele que sumiu. Faltou coragem para mostrar a realidade, que muitas vezes está mascarada, homens que já possuem relacionamentos sérios, são casados e detectaram algum risco de abalar o próprio relacionamento.
Diversos fatores estão presentes, como a imaturidade e o medo do compromisso.
Há os que acreditam não precisar dar qualquer tipo de satisfação, um verdadeiro descaso com vínculos que poderiam estar sendo verdadeiramente construídos. Podemos afirmar, de forma geral, que há uma inabilidade para os relacionamentos.
Reconhecer os sinais de que você possa ser uma vítima em potencial de ghosting não é uma tarefa fácil, mas é possível. Observe mudanças abruptas nos padrões de comunicação, mensagens que antes eram frequentes se tornam escassas e vagas, encontros planejados que nunca se concretizam e desculpas evasivas sobre compromissos futuros. A falta de transparência e a evitação de conversas sérias estão presentes.
A experiência é traumatizante e causa questionamento sobre a própria conduta, ou seja, acreditam que podem ter feito algo de errado para ter causado tal resultado.
Vire a chave! Será que o erro está em você? Jamais se arrependa por ser honesta consigo e com o outro. Devemos contar com a imprevisibilidade da vida, dos fatos e a falta de controle sobre muitas situações.
Retome o objetivo de conhecer alguém que lhe respeite como mereça. Busque prestar atenção nas pessoas com que se envolve. Encare essa situação como uma parte das tentativas para chegar lá.
Silvana Pedro Pinto é psicóloga clínica e educacional. Atende adultos e crianças na Clínica Bambini |