Vocês não sabem como será a sua vida amanhã, pois vocês são como uma neblina passageira, que aparece por algum tempo e logo depois desaparece. (Tiago 4.14 -NTLH)
Empreendimentos de toda espécie são realizados diariamente, mas para que haja sucesso planejamentos são indispensáveis. No entanto, com frequência esquecemos que não somos donos do nosso tempo. Por isso a carta de Tiago nos lembra que, ao planejarmos algo, submetamos tudo à vontade de Deus. Deveríamos dizer: “Se Deus quiser faremos isto ou aquilo.” Por mais que o ser humano queira andar sozinho, não o consegue. Há surpresas que surgem e que o deixam desnorteado e, muitas vezes, revoltado quando não condizem com seus planos estabelecidos.
Sim, o amanhã pertence a Deus mesmo sendo difícil aceitarmos suas determinações. Somos, por natureza, orgulhosos e gostamos de afirmar: “eu sei”, “eu faço”, “eu quero” ou “eu posso”, esquecendo-nos de que o futuro pertence unicamente ao Senhor. Com isso não queremos dizer que em nossas vidas não necessitamos pensar no amanhã. Para que tudo corra bem precisamos, sim, organizar e planejar todas as ações e submetê-las à vontade e aos cuidados de Deus. O mês de julho de 2024 está praticamente chegando no fim e, com certeza, cada um de nós fez, no início do ano, os seus planos. Alguns deram certos, outros falharam. Tristes deseludidos submetemo-nos então à vontade de Deus questionando: “Por que, meu Deus, mais provações? Por que, em vez de uma viagem de férias, uma enfermidade?” Por que fatos desagradáveis acontecem?
Segundo a teóloga Gisela E. Krick:“Todas as coisas cooperam para o bem dos que amam a Deus.” Conhecer um versículo bíblico não é difícil, mas aceitar o seu conteúdo é deveras desafiador. Então a angústia, dor e tristeza nos levam à insegurança. Dias, semanas e meses passam e pouco a pouco nossas dúvidas e nossos “porquês”se transformam em “para quês”, onde aceitamos os caminhos de Deus, cuja constante presença nos acompanha em todos os momentos. Presença essa também visível nas muitas pessoas amigas que de uma ou outra forma nos ampararam, nos envolveram com seu carinho e pela força de suas orações. Sim, recordamos amizades quase esquecidas, reaprendemos que todo tempo de vida que Deus nos dá é um presente. Que precisamos amar as pessoas como se não houvesse um amanhã. Obrigado, Senhor, pela presença amiga de tantas pessoas que nos deixaram felizes em meio às provações. Ensina-nos a cultivar amizades sadias, em um mundo muitas vezes frio e egoísta.
Filósofo e teólogo – professor de filosofia, antropologia e história. Professor da Rede Estadual de Educação pardinhorama@gmail.com |