*César Gomes de Freitas
Todos devem ter acompanhado, durante esta última semana, a polêmica em relação a pressão para que o presidente Joe Biden desista de se candidatar à reeleição. O atual presidente norte-americano, Joe Biden tomou posse aos 78 anos, tornando-se o presidente com maior idade ao assumir a presidência. Agora, aos 81, está disposto a buscar um novo mandato. Vale lembrar que ele, caso mantenha sua candidatura, disputará a eleição com o septuagenário Donald Trump, com 77 anos.
A história mostra muitos exemplos de estadistas que deram grandes contribuições aos seus países depois dos sessenta e cinco anos, idade considerada ideal para a aposentadoria. Como reforço ao argumento, vou citar três exemplos:
Ronald Reagan tinha 69 anos quando foi eleito pela primeira vez presidente dos Estados Unidos. Foi o líder da revolução conservadora da década de 80 e contribuiu, de forma decisiva, para a derrota e queda do Império Soviético e término da Guerra Fria.
Winston Churchill tinha 65 quando se tornou primeiro-ministro para comandar a Inglaterra contra Hitler. Foi o grande líder do Império Britânico nos momentos mais difíceis da Segunda Grande Guerra e fator decisivo para a vitória aliada. Quando deixou o cargo de primeiro-ministro, depois de seu segundo mandato como líder inglês, tinha 80 anos de idade.
Charles De Gaulle criou a Quinta República Francesa com 67 anos e é reconhecido como um dos grandes estadistas da história da França.
São exemplos de como a experiência e a sabedoria, que só os anos podem trazer, são importantes. Tenho certeza que, independentemente de sua profissão e das atividades que você realiza, você as realizar melhor hoje do que quando começou seu trabalho. Malcolm Gladwell em seu extraordinário livro “Fora de Série”, que realiza uma fascinante investigação sobre os fatores que levam ao sucesso, apresenta a regra das 10 mil horas: você só passa a ser bom em alguma tarefa/atividade depois de 10 mil horas de trabalho.
Experiência, conhecimento e maturidade são características que adquirimos com o passar dos anos. Por isso precisamos valorizar aqueles que, do alto de uma trajetória mais longa, dos anos vividos, podem nos dar valiosos conselhos e imprescindível contribuição, conforme evidenciado nos exemplos acima.
O ímpeto da juventude, muitas vezes, nos faz cometer erros e agir de maneira atabalhoada. Se você fizer uma reflexão sobre seus erros do passado, provavelmente chegará a conclusão de que não os cometeria se tivesse, naquele momento, a experiência que tem hoje.
Quando você estiver se sentindo velho aos quarenta, cinquenta e pouco anos, pense em Biden, Reagan, Churchill e De Gaulle e lembre-se que a vida pode começar aos sessenta!
* César Gomes de Freitas é professor do Campus Assis Chateaubriand do Instituto Federal do Paraná (IFPR). Possui Pós-Doutorado pela Universidade Federal Fluminense, doutorado pelo IOC/Fiocruz, mestrado pela UCDB e é bacharel em Administração e Ciências Contábeis. Contato: cesar.freitas@ifpr.edu.br |