Por Gabriel de Arruda Castro
De Abadia de Goiás a Zortéa, em Santa Catarina, os 5.570 municípios brasileiros têm uma grande variedade de climas, vegetações e culturas. Por isso, a tarefa listar as melhores cidades para se morar no Brasil não é simples.
Mas os principais critérios para uma vida de qualidade são os mesmos em qualquer lugar do mundo: um lugar seguro, com boa infraestrutura, hospitais e boa escolas, prosperidade econômica e emprego. A maior parte desses fatores pode ser medida em números.
Embora nunca tenha havido tantas estatísticas disponíveis quanto hoje, elas acabam sendo enganosas quando olhadas de forma isolada. Por exemplo: uma cidade pode ser segura, mas não ter hospitais. Ou talvez ela seja segura e tenha hospitais, mas esteja estagnada economicamente.
E mesmo a cidade segura, com hospitais e uma economia forte pode sofrer com uma péssima educação, ou com a ausência de bibliotecas, ou ainda com a falta de um sistema de esgoto.
Por isso, a Gazeta do Povo compilou uma ampla base de dados, com base em levantamentos oficiais, para identificar a melhor cidade para morar no Brasil.
Essas estatísticas permitem uma comparação direta entre os 5.570 municípios brasileiros, com base em 21 indicadores em áreas como saúde, educação, segurança e infraestrutura urbana (veja a lista completa dos indicadores ao final da reportagem).
Com base nos dados mais atualizados de cada categoria, as cidades receberam uma nota geral de 0 a 10. Embora tenha lacunas devido à falta de alguns dados (por exemplo: não existe um banco de dados nacionais sobre o número de furtos em cada município), o levantamento é o mais abrangente possível.
São Paulo tem maior número de cidades entre as melhores para se morar
Dentre as 100 primeiras cidades no ranking geral, 33 são de São Paulo, 29 de Minas Gerais, 16 do Rio Grande do Sul, nove de Santa Catarina, seis do Paraná, três de Goiás, duas do Rio de Janeiro, uma do Mato Grosso do Sul e uma de Pernambuco.
A nota média dos municípios brasileiros foi de 5,66 pontos. Apenas 169 cidades obtiveram nota 7 ou maior. Nenhuma delas atingiu uma pontuação tão alta quanto São Caetano do Sul (SP), que somou 7,77 pontos.
Colado na capital paulista, o município de área reduzida e 165,5 mil habitantes se beneficia de uma combinação de localização privilegiada, com uma população bem-educada e uma infraestrutura urbana completa.
Para Loyde de Abreu-Harbich Vieira, professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo de Universidade Mackenzie, o resultado não surpreende.
“As prefeituras de São Caetano do Sul e Jundiaí mantêm a qualidade das áreas verdes, do ensino e de outras questões ligadas à qualidade de vida”, afirma ela.
Embora bons indicadores da cidade dependem de um trabalho de longo prazo, que ultrapassa gestões.
A taxa de alfabetização de São Caetano do Sul é de 98,8%; a de homicídios, de apenas 1,2 por 100.000 habitantes — ante 21,7 do índice nacional. São Caetano do Sul tem 100% de ruas asfaltadas, 99,99% de domicílios com abastecimento de água e 99,95% com ligação à rede de esgoto. A expectativa de vida ao nascer, de 78,2 anos, está entre as maiores do país.
Não houve empates no levantamento. Para simplificar a leitura, a tabela mostra apenas duas casas decimais. O Rio de Janeiro, por exemplo, teve uma nota de 6,6622325 pontos contra 6,6598310 de Belo Horizonte. Com o arredondamento, ambas aparecem com 6,66.
ASSIS CHATEAUBRIAND – Entre as 10 melhores para se morar no Paraná Assis Chateaubriand aparece na 8ª posição. Em 1º Miraselva (nota 7,35); 2º Cornélio Procópio (nota 7,33); 3º Kaloré (7,23); 4º Maringá (7,19); 5º Pato Branco (7,15); 6º Indianópolis (7,15); 7º Diamante do Norte (7,10); 8º Assis Chateaubriand (7,10); 9º Siqueira Campos (7,04) e 10º Goioerê (nota 7,00).