Hoje em dia o que nos sobra é preocupação. Pode vir de várias fontes, de questões familiares, pessoais, financeiras e do trabalho. Deixaremos para abordar as preocupações relacionadas ao trabalho para outro momento.
Devemos admitir que a vida contemporânea, por si só, é causadora de preocupação excessiva. Sempre estamos muito atarefados, não temos tempo suficiente para reflexão e para descontrairmos. Além de tudo, vivemos sob pressão, seja ela, interna ou externa para sermos melhores: melhores estudantes, colaboradores, companheiros, amigos, pais e mães.
O limiar da preocupação normal, do dia a dia e da excessiva perpassa pelo sofrimento que nos traz. Até certo ponto, é positiva, impulsionando a execução das atividades com maior precisão.
Quando estamos perdendo o sono, o nosso dia a dia e os relacionamentos estão sendo afetados, não há dúvidas que a preocupação passou dos limites.
Sinais muito comuns a esse quadro são o nervosismo e a impossibilidade de enxergar saídas para os conflitos. Também são observados sintomas físicos como arritmias cardíacas e sudorese, na maioria das, vezes ligados ao estresse.
Pode apresentar-se de tal modo paralisante que infere nas ações diárias como participação em reuniões de trabalho, elaboração de relatórios, permanência em ambientes fechados. Em casos mais graves, causa improdutividade.
Sempre que a preocupação estiver causando prejuízos sociais, familiares e profissionais é hora de procurar ajuda. O caminho inicial é a psicoterapia.
Agora, separei algumas dicas básicas e muito simples. Quando praticadas, trarão mudanças significativas no seu bem-estar e clareza mental.
Foque no presente. As preocupações com o futuro nos roubam a energia, a clareza de pensamento e geram estresse. Faça o esforço para manter seus pensamentos no que está vivendo. Deixe o futuro no devido lugar.
Evite estar sempre no controle. Há aspectos da vida que você não pode controlar, apesar dos esforços. Você pode fazer vários planos, alguns não irão se concretizar. Há nuances difíceis de prever que destinam outro caminho final. Aceitar as inconstâncias da vida e deixar de lado as tentativas de controlar as outras pessoas é uma lição enriquecedora. Pense em quantas vezes você criou a expectativa de tentar mudar as outras pessoas, o companheiro, por exemplo, e quanta frustração acumulou com as tentativas.
Encare os problemas de forma realista, sem nenhuma máscara, compreendendo o que está acontecendo e seus impactos. Em seguida, busque por possibilidades de solução. Ainda, exercite a sua capacidade de criar mais de uma alternativa de solução para um único problema. Isso ajuda a no controle da ansiedade.
Reserve um momento para o silêncio. Estamos acostumados a ambientes com muitos estímulos, você está ao celular, ao mesmo tempo, em que a TV está ligada e seu filho conversando com você. Momentos de silêncio te levam a compreender melhor o que se passa no seu interior. Só assim você pode encarar de forma mais realista seus pensamentos e a origem das preocupações.
Silvana Pedro Pinto é psicóloga clínica e educacional. Atende adultos e crianças na Clínica Bambini |