LUCIANO HUCK SE MOSTROU INCONFORMADO COM PL DO ABORTO DURANTE O DOMINGÃO DESTE DOMINGO (16).
Apesar de não confirmar suas intenções de concorrer a cargos públicos e de comer pelas beiradas no debate político, Luciano Huck deixou claro o seu descontentamento com o PL do aborto, principal tema da semana. No Domingão, ele chamou o projeto de “cruel para as mulheres” e convocou até Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara dos Deputados, a barrar essa “situação absurda”.
O comentário foi feito neste domingo (16), durante a Dança dos Famosos. Após a apresentação de Barbara Reis, ele pediu a palavra para um desabafo. “Posso fazer um comentário pessoal? Já que a gente está conversando. [Aconteceu algo] Que me incomodou muito essa semana, queria só dividir com você aí de casa, com a plateia, com quem está aqui”, começou.
“Não quero nem entrar na discussão, só queria fazer um acho importante”, ressaltou o apresentador. “Essa semana comecei a ler na quinta que a Câmara dos Deputados tá avaliando um Projeto de Lei que equipara a pena do crime de aborto ao crime de homicídio.
Esse projeto cria uma situação tão absurda, que você que está me assistindo, e quem está aqui na plateia, independentemente da sua posição política, das suas convicções morais, das suas convicções religiosas, eu queria só dizer que isso me causa uma profunda indignação.
“A Daniela Lima, que é apresentadora e comentarista da Globo News, fez um comentário muito pertinente, acho que na quarta ou na quinta passada, ela apontou muito bem o que significa na vida real, no dia a dia, dos Deputados, longe dos tribunais, o que significa a lei passar desse jeito.
“Você pega um caso real. Na semana passada, tivemos o caso assombroso de um pai… Pai! Isso não é pai que eu vou falar agora, mas teoricamente um pai. Ele foi preso essa semana depois de ser flagrado cometendo um crime de abuso sexual contra a própria filha de 17 anos que estava internada em uma UTI. Essa é a história escabrosa”, lembrou Huck.
“Só para trazer pra realidade, esse projeto que está sendo votado na Câmara dos Deputados, vai ser votado… Esse homem, se é que pode ser chamado assim, não sei nem o que é uma pessoa que faz isso, pode pegar uma pena menor do que a filha que foi estuprada. Menor do que a vítima!”, se revoltou.
“Porque, se ela vier a interromper essa gravidez depois de 22 semanas, que é o que está nessa Lei, seja por demora na Justiça ou por qualquer outro empecilho que uma vítima de abuso enfrenta hoje em dia para ter acesso ao aborto legal… Inverte os papéis! A pena dela vai ser maior do que a dele., ou seja, não faz o menor sentido.”
“E, de novo, não é uma questão ideológica, é uma questão de lógica mesmo. Criança não é mãe. E é muito cruel obrigar uma vítima de estupro a levar a cabo uma gravidez. Queria me colocar aqui claramente ao lado dessas mulheres todas, que já foram vítimas de estupro e que não devem ser vítimas de uma injustiça para piorar a situação”, disse ele, que foi aplaudido em pé.
“Queria convocar o Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados. Nós respeitamos o Parlamento brasileiro, que foi eleito pelo povo brasileiro, a gente respeita todos os deputados presentes, mas simplesmente não é lógico, e é principalmente cruel com as mulheres do nosso país. Queria só registrar isso aqui que eu acho importante. Minha opinião pessoal”, encerrou.