Dentre as mais difíceis missões atribuídas aos administradores no cotidiano das empresas as principais são aquelas relacionadas à Gestão de Pessoas. A busca pela motivação, integração e o despertar do ‘espírito de equipe’ estão constantemente no centro dos debates e discussões sobre esta importante área da gestão empresarial. Para atingir tais objetivos, a Gestão de Pessoas busca ferramentas em várias ciências correlatas à Administração, entre as quais podemos citar a psicologia, sociologia, antropologia e a geografia, de modo especial à geografia humana.
Os indivíduos que interagem como seres sociais, dão origem a uma espécie de consciência coletiva que, por sua vez, começa a influenciá-los. Assim, criam um mundo comunitário que passa a fazer parte de seu ambiente e a influenciá-lo, identificando-o como um ser pertencente a um dado grupo. Essa é apenas uma dentre as muitas maneiras possíveis, para se descrever a experiência do sentimento de pertença, como se verá. Mas, trata-se de uma experiência poderosa, que pode gerar uma ferramenta não menos interessante para a administração de pessoas nas empresas.
No início do século XXI, quando se proclama a chamada ‘Era do Conhecimento’, com grande valorização do trabalho intelectual, as técnicas e estratégias da Gestão de Pessoas são ainda mais relevantes.
Desta forma, cada vez mais as empresas investem em processos e instrumentos para reduzir a rotatividade de pessoal, pois, atualmente, quando o bom colaborador pede demissão a empresa não perde apenas um funcionário, ela perde conhecimentos, informações e experiências que não são facilmente recuperáveis. Portanto, preservar o capital intelectual das organizações é tarefa estratégica da administração.
Quando falamos em ‘era do conhecimento’ e ‘capital intelectual’, vale citar Júlio César Cardozo: “Nos idos de 1989, Karl-Erik Sveiby, pensador responsável pela teoria do conhecimento, propôs o conceito de capital intelectual partindo do princípio de que este tem três componentes básicos: a) Capital Humano, as pessoas: É o capital que toda noite, de segunda a sexta-feira, desce pelo elevador e vai embora para casa. Como eles são voluntários, retornam à empresa pelo mesmo elevador na manhã seguinte; b) Capital Estrutural, representado pela base de dados (acervo de conhecimento), lista de clientes, sistemas, procedimentos, intranet, manuais, arquivos, etc., enfim, ferramentas que se utilizam para gerar e entregar resultados aos clientes. É o que permanece no escritório após a saída do capital humano ao final do expediente; c) Capital Social, que consiste nos clientes, fornecedores, rede de relacionamentos, ex-colaboradores e a reputação – ou melhor, branding – da empresa. A força motriz da riqueza da empresa é a habilidade de seus gestores de criar, gerar, disseminar e vender o capital intelectual que a compõe”.
Nos últimos anos, muitas empresas já começaram a despertar para o importante papel da Administração de Pessoas para a competitividade dos negócios em ambientes de constantes e rápidas mudanças tecnológicas e sociais, pois não basta ter bons colaboradores, é fundamental formar uma grande equipe.
* César Gomes de Freitas é professor do Campus Assis Chateaubriand do Instituto Federal do Paraná (IFPR). Possui Pós-Doutorado pela Universidade Federal Fluminense, doutorado pelo IOC/Fiocruz, mestrado pela UCDB e é bacharel em Administração e Ciências Contábeis. Contato: cesar.freitas@ifpr.edu.br |