Escolher esta ou aquela peça de roupa, o modelo de carro na troca do atual, permanecer ou sair de um relacionamento são situações que exigem decisão. Umas com um peso menor que outras, mas todas, impreterivelmente, exigem posicionamentos.
Em algum momento nos sentimos bloqueados antes de tomar decisões. Há os que fazem isso de forma corriqueira, ou seja, são indecisos inveterados e constantemente sentem-se paralisados diante da tomada de decisão. A maior consequência de ser indeciso é nos impedir de viver plenamente. Permanecemos arrastando problemas que poderiam ser solucionados. Enquanto as escolhas são adiadas, somos tomados pela angústia e insatisfação.
A indecisão envolve vários fatores. Não ter todas as informações que gostaríamos ou não conseguimos processá-las de forma eficaz é um deles. Diante de efeitos incertos, o processo de decisão é interrompido.
Decidir implica abrir mão de algo, desapegar, ou seja, desistir. As decisões muitas vezes envolvem consequências que não queremos ou estamos preparados para enfrentar, dificultando a escolha, postergando, ou ainda, nos paralisando.
Outro fator é a insegurança, ou seja, a falta de confiança nas próprias capacidades. O medo de falhar é melhor explicado pelo perfeccionismo. Também há os que deixam o destino atuar, delegando aos outros a tarefa por decidir ou ainda, são altamente sensíveis e temem sofrer com as mudanças.
Para deixar de ser uma pessoa insegura, você precisa em primeiro lugar, assumir a responsabilidade por decidir. Não deixe que as outras pessoas definam o que é melhor pra você.
Estabeleça objetivos claros. É fundamental você saber para onde está indo e o que espera alcançar para que possa tomar decisões que estejam alinhadas com seu propósito.
Identifique as alternativas possíveis. Exercite sua mente para pensar em várias possibilidades de saída para o mesmo problema, equilibrando os prós e contras. Essa ação amplia as alternativas ao mesmo tempo que reduz a angústia.
Liberte-se da culpa das consequências de decisões que você já tenha tomado, do medo em falhar e alimente sua autoconfiança.
Por fim, escolha a opção que considerar viável para o momento respeitando o princípio da ética, ou seja, a alternativa que seja saudável e vá de encontro com seus valores. Bata o martelo e siga em frente.
Deixar de ser uma pessoa indecisa é um processo a ser construído aos poucos, um hábito saudável e importante a ser incorporado. O profissional psicólogo pode ajudá-lo nesta missão. Toda mudança exige tempo e dedicação. Seja paciente e consistente.
Silvana Pedro Pinto é psicóloga clínica e educacional. Atende crianças e adultos na Clínica Bambini. |