Tem dias que dá vontade de ficar na cama e deixar pra lá os compromissos? Tem dias que o sofá é mais atraente que o preparo do jantar?
Não há definições médicas que classifiquem a preguiça como uma doença, mas ela pode ser um sintoma saudável ou mesmo causa de doenças.
A preguiça é saudável quando é usada para relaxar, por exemplo, se recuperar de uma semana pesada de trabalho. Nesse caso, não fazer nada ou dedicar-se a atividades de lazer é bom para recompor as energias. O próprio corpo vai indicando que está na hora de parar um pouco. Mas, quando a preguiça é constante e não há disposição, vontade para fazer nada, pode ser um indicativo de que algo não está bem.
Investigue se a preguiça é excessiva. É natural se é passageira. Quando prolongada pode ser sinal de depressão. No quadro depressivo não categorizamos a preguiça em si, mas a falta de disposição para realizar as tarefas do dia a dia. A queda de energia na depressão leva ao desânimo e a passividade. Essa falta de interesse é facilmente confundida com a preguiça. Depressão é uma doença, necessita de tratamento, portanto, em casos de “preguiça” excessiva e contínua é melhor manter um olhar especial e consultar um profissional para o devido diagnóstico e posterior tratamento.
A preguiça pode ser ainda causa de algumas doenças. Se o indivíduo é letárgico, sedentário, pode tornar-se obeso. A obesidade em si já constitui uma doença e com ela podem vir outros comprometimentos como pressão alta, diabetes e problemas cardíacos.
Para combater a preguiça, nos casos de obesidade, o primeiro passo é mudar o estilo de vida, mantendo uma alimentação saudável conjugada com exercícios físicos. A dupla garantirá maior disposição ao indivíduo. A maior dificuldade encontrada aqui é ter disciplina suficiente para engajar-se em atividades que irão auxiliar na perda de peso como a atividade física e dieta. Por isso, as inúmeras promessas feitas para si mesmo de iniciar a academia e o regime, por vezes são abandonadas antes mesmo de começar, quando não, durante o percurso.
Entendendo melhor, a preguiça, por mais que seja saudável é uma conduta autodestrutiva, é uma força que se opõe ao objetivo que se quer atingir. Para as coisas que não temos interesse, não queremos ou gostamos, não precisamos vencer a preguiça, mas para o alcance dos nossos objetivos é fundamental ter muita disciplina para vencer a preguiça. O segundo passo é de vigília aos comportamentos negativos, principalmente os que te levam à procrastinação. Costumo dizer que o desejo não acompanhado da ação é apenas um sonho. Aqui cabe o terceiro passo, a materialização do objetivo através das ações concretas, atitudes. Dê adeus à preguiça.
Silvana Pedro Pinto é psicóloga educacional e clínica. Atende crianças e adultos na Clínica Bambini. |