Neste final de semana estarei ministrando um módulo do curso de Especialização em Governança Corporativa e Sustentabilidade, curso oferecido pelo Campus Assis Chateaubriand do Instituto Federal do Paraná.
Ao preparar as aulas do módulo Green Supply Chain Management e Logística Reversa, tive a oportunidade de estudar e recordar diversos conceitos importantes que, atualmente, compõe uma nova cultura no cenário dos negócios. É cada vez maior o número de consumidores que adotam posturas conscientes em relação à aquisição de produtos que respeitem o meio ambiente e a sustentabilidade em seus processos de produção, utilização e descarte. Neste novo estado de conscientização, em que chegou os consumidores, fatores como preço e qualidade não são mais os únicos a serem considerados quando da aquisição de um produto ou da obtenção de um serviço.
Se os representantes das nações teimam em não assumir compromissos em relação as mudanças climáticas e sustentabilidade do planeta, como ocorreu na última Cúpula do Clima, promovida pela Nações Unidas, as pessoas e empresas já fazem sua parte. Durante muito tempo acreditava-se que a manutenção de altas taxas de lucratividade e as preocupações com questões sociais e ambientais fossem coisas incompatíveis nas atividades empresariais. Atualmente os dados vêm mostrando justamente o contrário, ou seja, que investir em meio ambiente e responsabilidade social representa um grande negócio para a empresa.
De forma inteligente, algumas empresas tentam transformar o meio ambiente em vantagem competitiva. Em vez de encarar as obrigações ambientais como uma desvantagem financeira, as empresas estão reconhecendo, cada vez mais, as oportunidades competitivas na prevenção da poluição, nas tecnologias não prejudiciais às pessoas (Clean Technologies) e nos produtos que respondem bem ao meio ambiente.
Um aspecto importante que tem sido observado no Brasil, semelhante ao que ocorre em muitos países chamados desenvolvidos, é o relacionamento entre o setor privado e as atividades ambientalistas na implantação de projetos e programas de conservação da natureza.
Além disto, órgãos financiadores internacionais, como o Banco Internacional de Desenvolvimento (BID), fazem incluir, nos programas financiados por estas instituições, uma política ambiental para a concessão de empréstimos aos seus tomadores.
Por tudo isto é cada vez maior o número de empresas e organizações que adotam as normas e políticas de Gestão Ambiental e sustentabilidade.
Ações individuais são igualmente importantes. Exigir do poder público e colaborar com a reciclagem do lixo, reduzir o consumo de água, reduzir o consumo exagerado e optar por aqueles produtos com certificação ambiental e social, seja qual for a sua profissão, fique antenado nas questões de sustentabilidade.
O exemplo, como sempre, vem de baixo. Devemos exigir uma postura e ações mais efetivas de nossos governos, mas antes precisamos fazer nossa parte. Afinal, devemos começar por nós as mudanças que desejamos ver no mundo. Assis Chateaubriand faz sua parte, com ações como, por exemplo, a coleta seletiva. Precisamos de mais.
*César Gomes de Freitas, é professor do campus Assis Chateaubriand do Instituto Federal do Paraná. Possui Pós-Doutorado pela Universidade Federal Fluminense, doutorado pelo IOC/Fiocruz, mestrado pela UCDB e é bacharel em Administração e Ciências Contábeis. Contato: cesar.freitas@ifpr.edu.br |