Sempre tive uma curiosidade especial por biografias. Acho interessante conhecer a vida e a ‘caminhada’ que os grandes homens e mulheres trilharam para alcançar o sucesso ou, em alguns casos, o fracasso.
Das muitas que já li, uma das que mais me chamou a atenção foi a autobiografia do ex-presidente norte-americano Richard Nixon, cujo título é ‘Na Arena’.
Ele começou sua carreira política meio ‘por acaso’, tornou-se congressista conhecido e foi escolhido para compor a chapa do partido republicano nas eleições presidenciais de 1952 como vice-presidente de Eisenhower.
Após oito anos como vice-presidente, era favorito nas eleições de 1960, mas acabou derrotado por John Fitzgerald Kennedy em uma das mais apertadas eleições da história americana. A diferença entre os dois foi menor que os 300.000 votos apurados entre Al Gore e George W. Bush nas eleições de 2000.
Todos acharam que a carreira política de Nixon havia se encerrado com a derrota de 1960, porém, oito anos depois, numa ressurreição comparada a Lázaro, Richard Nixon venceu as eleições e tornou-se o 37º presidente dos Estados Unidos da América.
Reeleito com facilidade em 1972, não chegou a completar seu segundo mandato. Viu-se obrigado a renunciar em decorrência do escândalo Watergate, tornando-se o primeiro e único presidente norte-americano a abandonar o cargo em mais de 200 anos de história.
Na autobiografia citada no início do texto, Nixon compara seus momentos de glória e derrotas a montanhas e vales. Quando exerceu a vice-presidência e quando se elegeu presidente, esteve no alto da montanha. Entretanto, quando perdeu a eleição de 1960 e quando se viu obrigado a renunciar para evitar o ‘impeachment’, esteve no vale mais profundo. Segundo ele a vida é assim: em certos momentos estamos no alto da montanha, vendo tudo de cima com uma visão panorâmica e, em outros momentos, estamos no vale, vendo a vida de baixo.
Todavia, segundo sua opinião, com a qual concordo, “somente quem já esteve pelos vales da vida sabe, realmente, apreciar como é belo estar no alto da montanha”.
A vida é uma sucessão de vitórias e derrotas. Grande parte do sucesso que obtemos depende, principalmente, do modo como encaramos as derrotas. Derrotas que certamente vão nos acontecer, como acontecem a todos os homens e mulheres.
Houve grandes homens que se tornaram medíocres porque não conseguiram suportar uma derrota, e muitos homens tornaram-se grandes porque foram capazes de superar uma derrota. Saber vencer é fácil, o importante e necessário é saber perder, pois, já diz a sabedoria popular, “é na derrota que se conhece um grande campeão”.
Sua carreira profissional seguirá a mesma lógica, então desfrute as vitórias e não se abale com as derrotas, pois são inevitáveis.
* César Gomes de Freitas é professor do Campus Assis Chateaubriand do Instituto Federal do Paraná (IFPR). Possui Pós-Doutorado pela Universidade Federal Fluminense, doutorado pelo IOC/Fiocruz, mestrado pela UCDB e é bacharel em Administração e Ciências Contábeis. Contato: cesar.freitas@ifpr.edu.br |