Tradicional evento para compartilhar o conhecimento técnico, o Dia de Campo da Copacol chegou a 33ª edição com sucesso de público e importantes apresentações de estudos sobre sementes, manejo de solo e combate a pragas e doenças da soja, realizados pelo CPA – Centro de Pesquisa Agrícola. O terceiro dia foi marcado pelo panorama do agronegócio mundial. “Esses dias foram muito importantes para compartilhar os estudos realizados no Centro de Pesquisa Agrícola para que os cooperados possam adotar tecnologias atualizadas à propriedade. Tivemos a presença marcante dos produtores do Oeste e do Sudoeste do Paraná nos três dias do evento. Foi um grande sucesso e agora vamos ver esse conhecimento praticado à campo: é o que percebemos ao longo dos anos em que compartilhamos esses estudos aqui, impulsionando a produção e a rentabilidade dos nossos cooperados”, afirma o diretor-presidente da Copacol, Valter Pitol.
Na quarta-feira, o evento foi marcado pela passagem do secretário de Estado da Agricultura, Norberto Ortigara, que conheceu os experimentos realizados pelo CPA, ao lado do superintendente da Ocepar (Organização das Cooperativas do Estado do Paraná), Robson Mafioletti. “É um momento importante para calibrar a agricultura imediata e do futuro, parceria construída pela Cooperativa, pela força da visão estratégica do time técnico em dar soluções para o agro. Percebemos uma busca pela sustentabilidade, extrair o máximo possível da área cultivada, sempre da maneira correta. É assim que evoluímos. Quero parabenizar esse esforço da Copacol, a longo prazo, em estar afrente do tempo para demonstrar aos cooperados o que é mais relevante, com resultado, gastando menos de recursos naturais e também do agricultor”, afirma Ortigara.
MERCADO
Durante os três dias, uma análise mercadológica das commodities foi apresentada aos cooperados. Étore Baroni, consultor sênior em gerenciamento de riscos da StoneX, trouxe um panorama sobre o setor. Ele apontou que de 2019 a 2023, fortes fatores climáticos, a Covid-19 e a guerra entre Rússia e Ucrânia trouxeram grandes impactos no custo energético. A pandemia elevou a inflação, reduzindo o poder de compra, afetando o preço das commodities. Atualmente, o cenário agro brasileiro tem grande impacto pela redução da compra de carne suína pela China, que reestabeleceu os planteis, após a peste suína em 2018, e pela elevação dos estoques de grãos no mundo. “Esse momento atual se diferencia de 2023. Temos uma produção de soja maior na América do Sul e, mesmo com safra menor no Brasil, passando de 165 milhões de toneladas para 152 milhões de toneladas, temos um acréscimo da produção na Argentina, estimada em 52 milhões de toneladas, que ano passado teve quebra de 50%. Com o acúmulo da safra mundial, temos excedente de soja, o que deixa o estoque normalizado, afetando o preço”, afirma Étore, que recorda os altos preços do grão registrados ano passado, com pico em R$ 200 a saca. “Já em 2024 temos uma expectativa de preços bem menores. A demanda chinesa se mantém fraca, com produção grande na América do Sul, com estoque tranquilo nos Estados Unidos, devido a safra do país norte-americano iniciada em abril com aumento de área, com condição de El Niño fraco. Pontos que deixam o mercado confortável, que estabilizam os preços”, afirma o palestrante, que orienta o produtor a calcular o custo de produção e avaliar a venda quando houver rentabilidade.
VISITANTES
Com Unidades de Grãos e Insumos no Oeste e no Sudoeste do Paraná, a Copacol dissemina o conhecimento aos cooperados que compartilham dessa essência de agregar valor ao que se produz, gerando transformação de vidas. A Cooperativa se diferencia pelas oportunidades geradas: além de bons negócios e orientação técnica, os resultados são partilhados. Foram R$ 162 milhões em sobras e complementações repassadas aos produtores.
Com duas Unidades de Grãos recém-adquiridas em Assis Chateaubriand, a Copacol apresenta a estrutura da Cooperativa aos produtores da região, bem como as tecnologias para cada nova safra. Irineu Gallo, 70, e a esposa, Iliedi 59, vieram de Assis acompanhar a trigésima terceira edição do Dia de Campo, acompanhados da filha Karla, 35, e do netinho Gael, 4. “Estamos conhecendo a Copacol com maior profundidade: o Dia de Campo foi muito bom, com boa estrutura, tudo bem organizado. Ficamos felizes com a chegada da Cooperativa, que traz novas oportunidades para Assis Chateaubriand”, afirma Irineu.
SAFRA
A colheita está na fase inicial no Oeste do Paraná, com intensificação das operações a campo. Ano passado o alto desempenho produtivo se destacou na região: a Copacol recebeu 12,9 milhões de sacas de soja e 17,4 milhões de sacas de milho. A busca pelo conhecimento é para repetir esse patamar histórico em outras safras. O momento atual é de grandes impactos provocados pelo clima. No evento, Norberto Ortigara destacou o cenário em produtividade no estado. “Tivemos muita chuva em outubro e novembro, trazendo impactos às lavouras. Já de 15 de dezembro em diante, a estiagem provocou perdas, além das elevadas temperaturas. No Oeste do Paraná estimamos uma perda de 20%. O Brasil já divulgou hoje a avaliação de safra, com redução de sete milhões de toneladas em soja; no Paraná ainda avaliamos uma produção de 21 milhões de toneladas, com nível de perda considerável. Em soja e milho, teremos uma safra menor. Com essa transparência, esperamos ter um preço adequado”, afirma Ortigara.
SOLO
A compactação do solo esteve entre as abordagens de uma das tendas: a cada safra, um novo desafio e novas pesquisas demonstram as alternativas para evitar perdas. O consórcio milho safrinha demonstra efeitos positivos para garantir melhor estrutura física do solo, preservando a água infiltrada e também o desenvolvimento da raiz. “Chegamos a essa conclusão após pesquisas realizadas em nossa área experimental, visto que nas ultimas safras houve umidade excessiva no solo. É comum a compactação provocada pela entrada de máquinas na lavoura. Ao agregar palha no solo, nesta sucessão de culturas, temos proteção e ganho de produtividade”, afirma o engenheiro agrônomo e pesquisador, Vanei Tonini.
SEMENTES
Enquanto se preparam para iniciar a colheita da soja, os cooperados aproveitam um breve intervalo para conhecer tecnologias em sementes para safras futuras durante o Dia de Campo da Copacol, realizado no CPA (Centro de Pesquisa Agrícola), em Cafelândia.
As análises de adaptabilidade de sementes e desempenhos de produtos vão muito além da área do CPA. Para proporcionar o máximo em eficiência e confiabilidade dos produtos indicados, a Copacol mantém avaliação de 110 cultivares de soja em seis regiões diferentes. Além de Cafelândia, as pesquisas são desempenhadas em Goioerê, Jesuítas, Cascavel, Planalto e Ampére. “Em nossas cultivares do Dia de Campo, apresentamos as sementes adequadas para cada região de atuação da Cooperativa. É o momento de recomendar os materiais para acertar na implementação da cultura, tendo segurança do retorno financeiro ao cooperado”, afirma Fábio Ceccato, engenheiro agrônomo da Copacol em Jesuítas.