O índice de desemprego no Brasil é medido pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua – PNAD Contínua. De acordo com a metodologia utilizada pela PNAD Contínua para ser considero desempregado não basta não ter um emprego, mas é necessário estar em busca de um emprego.
Desta forma, o estudante universitário que não tem emprego, pois só se dedica aos estudos, e não está procurando emprego não é considerado na taxa de desemprego, assim como a dona de casa que não trabalha fora.
O desemprego é um problema econômico e social. Quero compartilhar alguns dados que achei interessante em relação aos últimos dados publicados pelo IBGE referentes ao desemprego do terceiro trimestre de 2023.
Antes, apenas para fins de comparação, alguns dados referentes ao desemprego em alguns países da Europa e América. Na França a taxa de desemprego está em 7,4%, na Alemanha a taxa é de 5,9% e no Canadá o desemprego é de 5,8%. Sabendo destes dados e conhecendo o cenário do mundo do trabalho com cada vez mais tecnologia e automação substituindo a mão de obra humana, quanto você acha que é a taxa de desemprego no nosso país?
No Brasil, segundo a PNAD Contínua, a taxa de desemprego no terceiro semestre de 2023 ficou em uma média nacional de 7,7%. Porém, é grande a desigualdade em relação as taxas por Estados.
Os estados com menor taxa de desemprego são: Rondônia (2,3%), Mato Grosso (2,4%), Mato Grosso do Sul (4,0%), Santa Catarina (3,6%) e nosso Paraná (4,6%).
Já os Estados com maior taxa de desemprego são: Bahia (13,3%), Pernambuco (13,2%), Amapá (12,6%), Rio de Janeiro (10,9%) e Rio Grande do Norte (10,1%).
Percebeu onde o desemprego é menor? Isso mesmo, estes dados são um dos indicadores que demonstram a força do agronegócio na economia do país. Onde ele é mais forte há mais emprego e renda.
Agora é importante relembrar, no caso da Bahia e dos demais Estados em alto desemprego, com mais de 10% de desocupados, esses números representam pessoas que estão desempregadas, estão buscando emprego, mas não os encontra. Quando o cidadão desiste de procurar emprego, por não encontrar oportunidades no mercado de trabalho, é denominado como desalentado, segundo os dados da PNAD estes representam um total de 3,5 milhões de pessoas que não entram na taxa de desemprego.
Os dados do desemprego no Brasil são positivos, uma vez que no primeiro trimestre de 2022 a taxa nacional estava acima dos 10%, ou seja, se não estamos no melhor dos mundos, ao menos os dados mostram uma pequena melhora.
Para finalizar, é importante lembrar que uma pequena taxa de desemprego não é ruim para as empresas. Quando há pouco desemprego acontecem os problemas que várias empresas enfrentam aqui na nossa região: a falta de mão de obra.
* César Gomes de Freitas é professor do Campus Assis Chateaubriand do Instituto Federal do Paraná (IFPR). Possui Pós-Doutorado pela Universidade Federal Fluminense, doutorado pelo IOC/Fiocruz, mestrado pela UCDB e é bacharel em Administração e Ciências Contábeis. Contato: cesar.freitas@ifpr.edu.br |