Final do ano chegou e com ele as festividades típicas que o acompanha. O Natal deve carregar em si o despertar para a solidariedade e compaixão, bondade e união com a família. Há os que se comprometem a serem absorvidos pela magia do Natal. Outros justificam que diante de tantas tragédias, guerras, crise financeira e escândalos na política não há clima para Natal, ou melhor, não há o que comemorar.
Os valores que cada um cultiva dizem muito sobre como são suas atitudes, não somente na época do natal. Vivemos em temos de individualismo, com os olhares voltados sempre para si.
O espírito natalino é um verdadeiro convite à reflexão nos levando a rever as nossas ações.
As compras e o consumismo reinam nesta época. Escolher lembranças para familiares e pessoas próximos é algo especial. O que deve ser observado é o valor que se coloca em um presente. Uma namorada pode comprometer parte do seu salário em um bom presente ao namorado e receber em troca algo de valor muito inferior ao ofertado. Neste caso, supera as expectativas do namorado e sente-se frustrada pelo pouco reconhecimento ou valor que lhe foi dado. Pessoas inseguras podem gastar o que não podem para agradar aos outros e a possibilidade de endividamento fica mais próxima.
Quando você oferece algo para alguém esperando algo em troca, isto é chamado de investimento, portanto, você não está dando nada. Quando oferece algo e cobra algo em troca, isto é venda.
As relações afetivas sejam familiares, amorosas, fraternas ou quaisquer outras, tem como base o compartilhar de afetos, pensamentos, emoções, respeito mútuo e, portanto, não se trata de investimentos ou venda.
A figura de Jesus simboliza a capacidade humana de ser humilde, generoso, de amar, compartilhar, preocupar-se com o outro e de respeito às pessoas independente de fatores como classe social ou crenças.
O espírito natalino não deve funcionar como um botão de liga e desliga. A solidariedade não é criada com o Natal e eliminada na sequência. O Natal faz com que as pessoas fiquem mais sensibilizadas, haja mais perdão e amor. Não impede, contudo que desavenças familiares enraizadas sejam eliminadas de uma hora para outra.
O importante é que exista comprometimento de viver o espírito natalino o ano todo, dia a dia, no trato os irmãos, com fraternidade e amor.
Desejo que todos possam ser contagiados pelo espírito do natal e que ele se propague nas suas ações, em palavras e gestos. Feliz Natal!
Silvana Pedro Pinto é psicóloga, pedagoga, especialista em educação especial, psicopedagogia e neuropsicologia. Atende adultos e crianças na Clínica Bambini |