Em determinados momentos de nossas vidas profissionais nos vemos obrigados a realizar escolhas difíceis. Nestas situações, muitas vezes, não somos nós que decidimos, certas decisões se impõem e apenas cumprimos nosso destino.
Com frequência, tais decisões nos levam a enfrentar novos desafios e tudo o que é diferente, tudo o que é novo assusta. Às vezes achamos que não somos as pessoas certas para aquela missão, que talvez não estejamos prontos ou preparados.
Poderíamos citar vários exemplos de grandes homens, figuras históricas e estadistas que passaram por situações como esta. Para ficar em apenas um exemplo, vamos relembrar aquele que encontramos na Bíblia, mais precisamente no Livro do Êxodo: quando Deus convocou Moisés para libertar o povo judeu da escravidão no Egito, a primeira reação dele foi duvidar, “Quem sou eu para falar com o faraó e tirar os israelitas do Egito? ”. Ele tinha todas as desculpas. Não levara uma vida perfeita; não sabia se o povo o seguiria; não conseguia nem mesmo expressar isso com clareza.
Creio que todos, em algum momento da carreira, já sentimos sentimentos, preocupações e aflições semelhantes às de Moisés quando confrontados com momento de mudança. E o que é mudança? Mudança é a passagem de um estado para outro. É a transição de uma situação para outra situação diferente. Mudança representa transformação, perturbação, interrupção, fratura. Mas, ela está em toda parte: nas empresas, nas cidades, nos hábitos das pessoas, nos produtos e nos serviços, no clima, no dia a dia.
Nós, seres humanos, somos naturalmente avessos à mudança. Não gostamos dela. Nossa tendência é preferir a rotina, aquilo que estamos acostumados. É difícil sair da chamada “zona de conforto”.
Porém, nestes momentos devemos recordar o sábio ensinamento de Thomas Paine: “Quanto mais árdua a batalha, mais glorioso será o triunfo”. O que mais valorizamos é justamente aquilo que nos exigiu mair esforço, maior dedicação e emprenho. A vida é feita de desafios e viver é enfrentá-los, de peito aberto e com coragem.
Encerro a coluna de hoje com o pequeno texto, sempre atual, do ex-presidente americano Theodore Roosevelt: “Não é o crítico que importa; não importa o homem que aponta quando o forte tropeça, ou mostra de que maneira aquele que faz as coisas poderia ter feito melhor. O crédito é do homem que está na arena, com o rosto marcado de poeira, suor e sangue; o que luta com valentia; o que erra e falha vezes seguidas; pois não há esforço sem erros e falhas; mas é ele quem realmente luta para fazer as coisas; é ele quem conhece os grandes entusiasmos, e a total dedicação; é ele quem dá tudo de si para uma causa digna; é ele quem, na melhor das hipóteses, acaba conhecendo os triunfos de uma grande realização; e na pior delas, quando fracassa, ao menos fracassa por tentar com grandeza e ousadia, de tal maneira que seu lugar nunca será junto às almas frias e tímidas que não conhecem nem a vitória e nem a derrota”.
Aceite os desafios da carreira profissional, são eles que nos fazem crescer, evoluir e nos aperfeiçoar.
* César Gomes de Freitas é professor do Campus Assis Chateaubriand do Instituto Federal do Paraná (IFPR). Possui Pós-Doutorado pela Universidade Federal Fluminense, doutorado pelo IOC/Fiocruz, mestrado pela UCDB e é bacharel em Administração e Ciências Contábeis. Contato: cesar.freitas@ifpr.edu.br |