O agronegócio do futuro com os avanços da tecnologia deve ser avaliado inicialmente através da conectividade da alta velocidade com os dados coletados pelos sensores e transmitidos em tempo real para plataforma centralizada de avaliação de potencialidades. A análise de big data participa desse processo com tomadas de decisões automatizadas, uma vez que algoritmos avançados avaliam dados coletados levando em conta variáveis como tipo de solo, cultura, condições climáticas e padrões históricos.
Segundo o Atlas Irrigação 2021, da Agência Nacional das Águas (Ana), 49,8% da demanda por água no Brasil vem da produção agrícola e o País precisa expandir sua área irrigada em mais 4,2 milhões de hectares até 2040. Trata-se de aumento de 79% na comparação com a área irrigada atualmente com água de mananciais. Trata-se de modelo de agronegócio que precisa urgentemente incorporar tecnologia de ponta para alcançar a sustentabilidade ambiental.
Do planejamento à colheita, os softwares especializados em gestão agrícola são capazes de integrar dados e processos com mais agilidade e menor margem de erro, proporcionando visão holística da operação agrícola. Na prática, monitorar safras, gerenciar estoques e otimizar logísticas tornam-se mais eficazes, impulsionando os resultados do agronegócio, seja de pequeno, médio ou grande porte.
Além disso, haverá a possibilidade do uso de drones agrícolas em diversas atividades produtivas. No futuro, os céus agrícolas estarão repletos de drones equipados com câmeras e sensores de última geração. Na verdade, essa inovação já faz parte do cotidiano de milhares de agricultores. Há diversos modelos desses dispositivos no mercado que monitoram o campo de perspectiva única, identificando áreas de estresse nas plantações, pragas ou até mesmo necessidades específicas de irrigação.
Agricultores modernos consideram não apenas os resultados econômicos, mas também os impactos ambientais e sociais da atividade. A adoção de energias renováveis, práticas de conservação do solo e responsabilidade social são elementos essenciais. Além disso, haverá a alternativa da agricultura regenerativa e de baixo carbono. Desafiando a mentalidade tradicional do agrobusiness, a agricultura regenerativa visa deixar o solo mais fértil e resistente ao minimizar o uso de produtos químicos. A atividade promove a biodiversidade e visa sequestrar carbono do ar, contribuindo ativamente para a mitigação das mudanças climáticas.
A prática inclui também o uso de insumos biológicos na produção, pois essas alternativas oferecem possibilidades sustentáveis aos produtos químicos convencionais.
Ao analisar e avaliar essas tendências, vislumbramos horizonte onde a tecnologia não é apenas aliada, mas protagonista na construção de agronegócio mais eficiente, resiliente e sustentável. O futuro da agricultura brasileira está intrinsecamente ligado à capacidade de adotar e integrar essas inovações, moldando não apenas colheitas abundantes, mas também ambiente agrícola que respeita os limites do planeta. Na prática, preparar-se para esse futuro é não apenas escolha, mas necessidade incontornável para quem busca liderar a revolução verde que se desenha nos campos agrotechs. O futuro do agronegócio, especialmente de regiões desenvolvidas, como o Oeste do Paraná, portanto, nos reserva muitas surpresas, mas felizmente em sua maioria positivas.
*O autor é deputado federal pelo Paraná e ex-chefe da Casa Civil do Governo do Estado E-mail: dilceu.joao@uol.com.br |