Para refletir sobre a inserção do jovem no mercado de trabalho, precisamos, primeiramente, discutir a situação atual deste mercado de trabalho. Neste sentido a palavra-chave é: mudança. A cada dia surgem novas características e novas competências exigidas pelas empresas aos seus colaboradores. E em um curto espaço de tempo tais características e competências são substituídas por outras, exigindo que os trabalhadores se atualizem constantemente e estejam sempre dispostos a aprender.
Antes, os empregos eram para toda vida, o funcionário trabalhava trinta anos na mesma empresa até a aposentadoria, como fizeram muitos de nossos avós. Atualmente, porém, isso raramente ocorre. Hoje são comuns os trabalhos por projetos, as empresas contratam os funcionários para a realização de projetos específicos e por tempo determinado. Após sua execução, cabe ao profissional buscar outro projeto, geralmente em outra empresa.
A economia tem dimensões tão amplas que ninguém precisa se conformar a passar a vida inteira preso a um trabalho detestável, fazendo algo que não gostam, que não lhes traz satisfação. Pessoas que vivem impulsionadas pela paixão, fazendo aquilo que lhes é agradável, são reconhecidas pela satisfação de saber qual é seu lugar no mundo. É fundamental, então, a vocação! Buscar fazer o que gosta e o que lhe satisfaz.
Leonardo Da Vinci, provavelmente, era péssimo músico, Mozart um pintor horrível, Aleijadinho, talvez, um escritor medíocre e Machado de Assis, possivelmente, não sabia fazer esculturas. Entretanto, todos eles nasceram com um talento, uma vocação e souberam encontrá-las. Da Vinci na pintura, Mozart na música, Aleijadinho em suas esculturas e Machado de Assis na literatura.
Contudo, os talentos e vocações são descobertos depois de atribulações, a maioria das pessoas não é brindada com um ‘insight’ do que gostaria de ser. São as experiências de vida que mostram o caminho a seguir. Para obter sucesso profissional, é necessário encontrar a resposta para a seguinte questão: O que eu faço bem feito, que eu gosto de fazer, que outros não fazem e que as empresas precisam?
Com a resposta adequada à pergunta acima, você pode traçar estratégias para buscar uma posição no mercado de trabalho, tendo consciência de suas competências, daquilo que lhe agrada ou lhe traz prazer e satisfação e, óbvio, quais as demandas e necessidades das empresas que se encaixem nestas características.
Importante lembrarmos que cada vez mais as máquinas estão substituindo o homem em trabalhos manuais, braçais, pois, em muitos casos, elas são mais rápidas e eficientes que os homens. Sobram, para os seres humanos, os trabalhos intelectuais, que exigem raciocínio e conhecimento, afinal as máquinas não pensam.
A inserção no mercado de trabalho, especialmente para os jovens está cada dia mais difícil. Porém, com esforço, empenho e muita dedicação, principalmente em buscar conhecimento e habilidades técnicas, o caminho será menos complicado.
* César Gomes de Freitas é professor do Campus Assis Chateaubriand do Instituto Federal do Paraná (IFPR). Possui Pós-Doutorado pela Universidade Federal Fluminense, doutorado pelo IOC/Fiocruz, mestrado pela UCDB e é bacharel em Administração e Ciências Contábeis. Contato: cesar.freitas@ifpr.edu.br |