Neste domingo, (26/11), ao celebrarmos a Solenidade de Cristo Rei do Universo, somos convidados a refletir sobre o significado profundo desse título e o que ele implica em nossa vida como discípulos de Jesus.
Cristo Rei do Universo não é apenas um título grandioso, mas uma afirmação de que Jesus Cristo é Senhor sobre tudo o que existe. Ele é o Rei que transcende todas as fronteiras, domina todo o cosmos e reina sobre os corações da humanidade. Este reinado não se baseia na força opressora, mas na verdade, no amor e na justiça.
Ao longo do ano litúrgico, temos percorrido os passos de Jesus, guiados pelo Evangelho. Neste domingo, encerramos esse ciclo litúrgico, proclamando que Jesus é o Alfa e Ômega, o princípio e o fim de todas as coisas. A liturgia nos lembra que nossa vida está entrelaçada com a história de Jesus, e Ele é o caminho que nos conduz ao Reino de Deus.
Na primeira leitura (Ez 34,11-17), o profeta Ezequiel revela que a salvação inicia no projeto e na ação de Deus, é graça e dom. Ezequiel não nos apresenta um homem em busca de Deus, ele nos mostra um Deus em busca do homem. Assim somos ovelhas da pastagem do Senhor e Ele é nosso Deus. O próprio Deus reconduzirá as ovelhas para formar um único rebanho: “Procurarei a ovelha perdida, reconduzirei a desgarrada, enfaixarei a quebrada, fortalecerei a doente e vigiarei a ovelha gorda e forte”. Ele as apascentará com justiça liberando-as de suas condições de não-salvação e separando-as daqueles que as oprimem, prejudicam e as mantem escravas. Assim, Ele será o juiz: julgará entre ovelha e ovelha, entre carneiros e bodes.
No Evangelho deste dia (Mt 25,31-46), a parábola do juízo final, destaca a importância do amor e da compaixão em nossa jornada espiritual. Jesus, o Rei-Pastor, nos chama a reconhecê-lo nos irmãos menores de Jesus, aqueles que se encontram em situações dramáticas de necessidade. Jesus se identifica com os pequenos, pobres e marginalizados, e demonstrar amor e solidariedade a eles é fazê-lo ao próprio Jesus.
O Reino de Deus representa um novo mundo fundamentado nos critérios e valores divinos, uma semente plantada por Jesus. Os discípulos são convocados a construir esse Reino na história por meio do amor, com sua realização definitiva na vida eterna. Embora o Reino de Deus já esteja presente entre nós, nossa missão é torná-lo uma realidade vibrante e atuante em nosso mundo. Cabe a nós transformar esse Reino de uma ideia distante para uma realidade em crescimento, impactando positivamente o mundo e a vida das pessoas.
Nossa missão como seguidores de Cristo Rei é espelhar sua compaixão e cuidado. Assim como Ele, devemos estar atentos às ovelhas feridas e desanimadas ao nosso redor. A Catedral Cristo Rei, nosso local de adoração, é um símbolo tangível dessa missão. Somos chamados a ser continuadores da obra de Jesus, pastores que cuidam do rebanho, oferecendo o alívio do perdão e consolação.
Neste dia especial, celebrando o nosso Padroeiro Cristo Rei, reafirmamos com alegria: “O Senhor é o nosso pastor, nada nos faltará”! O Rei que seguimos está perto de nós; Ele se entregou na cruz para redimir toda a humanidade. Seu Reino é um reino de verdade, vida, santidade, graça, justiça, amor e paz. Que esta celebração de Cristo Rei nos inspire a viver de acordo com os valores do Seu Reino em todos os aspectos de nossas vidas. Amém.
Dom João Carlos Seneme, css Bispo de Toledo |