Já estamos de novo no final do ano. Daqui a um mês já é Natal e depois, pimba! O ano novo. Você liga a TV e as redes sociais lá estão os convites: Compre! Natal é presente! Comprar faz bem! E você entra na roda viva. Talvez não queira, mas não há como escapar. E depois é mais fácil. Quem questiona envelhece mais rápido. Alguém já disse que, numa terra onde todos andam na contramão, quem anda no sentido certo parece que está contramão. E isto é difícil prá você, não? Afinal, todos esperam alguma coisa de você. E você não pode falhar.
Mas não esqueça: você não é o (a) salvador(a) do mundo! Alguém já tirou esta responsabilidade das suas costas. Pare um pouco: você está fazendo tudo isto para quem? Você não está seguindo coisas vãs, que nada aproveitam? O que você está fazendo da vida que Deus lhe deu?
Servir ao Senhor implica mais do que não fazer o mal; significa promover o bem. Já faz muito tempo que as igrejas discutem: Como a comunidade poderá estar a serviço da vida? Esta vida que é sagrada, que fez Deus se encarnar e se apaixonar. Como está esta vida? Moribunda?
Nos dias atuais de nossas vidas, estamos presenciando as catástrofes que assolam o impulso do coletivismo social. O mundo em que vivemos é medonho e obscuro, demarcado de guerras exploratórias, ativadas pela forma econômica individual, opressiva, insistindo em dividir a vida. Utilizando a todo o momento uma arma de indústria cultural, opressiva ideológica arguida na economia, produzindo alienados e uma sociedade consumista sem atenção a vida.
Vamos parar um pouco. É importante uma avaliação: aquilo que estamos fazendo aproveita para alguma coisa ou só quer justificar-nos perante os outros? Deus quer que a vida floresça como um dia de primavera, e nos incumbiu de levar isto adiante. Agora você deve estar pensando: já não chega o que eu faço, agora querem dar-me outra tarefa? Não é questão de outra tarefa. É questão da tarefa certa.
Não adianta correr atrás do que não aproveita. Só gastamos forças e não fazemos nada ao final. Agora, se promovermos a vida, se buscarmos o que Deus quer, então também o sentido de nossa vida será diferente. Aí o Natal não será mais uma promoção do comércio, mas terá um outro gosto: um gosto de vida, de Deus se apaixonando. E você sentirá esta paixão de Deus pela vida como a sua paixão, como algo vital para você! Aí servir ao Senhor significará mais do que ir aos cultos, missas e celebrações. Vai significar promover a vida!
* José Pardinho Souza é filósofo e teólogo, professor de filosofia, história, sociologia e antropologia cultural. |