Sexta-feira, 5 Julho, 2024
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Aprenda a deixar o apego ao passado e siga em frente

Não é possível viver em paz com o presente se o passado perturba. Quem vive preso ao passado fica esperando eventos ruins se repetirem, por isso, vive na defensiva. Na tentativa de se proteger, deixa de aproveitar as oportunidades de se libertar dos sentimentos negativos que acabam sendo reforçados quando poderiam ser enfrentados.

A pessoa apegada ao passado limita-se nas relações interpessoais não se permitindo estabelecer conexões profundas e verdadeiras com as outras pessoas, alimenta as mágoas e possui o hábito de remoer erros e fracassos. Quando a intensidade do sofrimento é relevante, pode levar ao medo de viver novas experiências.

Não é fácil refletir sobre esse modo de agir sozinho, talvez escutar os sinais de pessoas próximas o ajude.

As dores emocionais são complexas e começam a se originar na infância. Quantos adultos costumam relatar traumas ligados a experiências da fase infantil? A criança ainda está em formação da identidade. Não possui maturidade suficiente para interpretar a maior parte dos eventos vividos de forma positiva e resiliente. Muitos adultos não conquistam objetivos por estarem presos ao passado com as marcas da insegurança, sentimento de incapacidade, inferioridade, escassez e assim por diante.

As vivências da vida adulta também causam marcas, mas, as que ocorreram na infância apresentam maior impacto emocional e em longo prazo, deixando marcas profundas.

Dessa forma, a pessoa apegada ao passado não vive o presente de forma plena, faz escolhas visando o caminho mais fácil, alimenta mágoas e desenvolve o hábito de remoer fracassos e erros.

As experiências passadas servem como alertas para que não cometamos os mesmos erros.

Contudo, para enfrentar e superar o passado o melhor caminho é se perguntar “qual o aprendizado que essa situação me proporcionou?” Por mais que tenha sido negativa a situação, por exemplo, o filho ter apanhado muito do pai, sempre há uma intenção positiva por traz do comportamento, por exemplo, a intenção do pai em educar. Quando você consegue enxergar a intenção positiva, e ela está lá, você dá um importante passo para a ressignificação do evento, ou seja, não irá apagar da sua memória o fato ocorrido, irá mudar a sua interpretação sobre o fato. O resultado é o desapego aos sentimentos negativos ligados ao fato. Simples? Basta praticar e verá a paz surgir em você.

Não aguarde um pedido de perdão de quem o magoou para se libertar dos ressentimentos. O perdão é algo que acontece no seu interior, com sua vontade e o entendimento de que a pessoa agiu naquele momento, com a sabedoria que possuía. Assim, você concede a si mesmo a oportunidade de seguir em frente e viver o presente e o futuro habilmente. Ora, se você está se abrindo para um presente significativo, o seu futuro será tão bom ou melhor.

Silvana Pedro Pinto é psicóloga, pedagoga, especialista em educação especial, psicopedagogia e neuropsicologia. Atende adultos e crianças na Clínica Bambini
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